A demora na realização de leilões para o pré-sal fez o Brasil perder um grande volume de investimentos, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível ( ANP ), Décio Oddone, nesta sexta-feira (27). Desde que o pré-sal foi descoberto, somente uma área tinha sido licitada até o momento.
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"O pré-sal foi descoberto há uma década, e nesse período, só uma área foi licitada, a de Libra. A sociedade brasileira perdeu mais de R$ 1 trilhão, entre investimentos e arrecadação. Esse atraso no desenvolvimento do pré-sal foi a maior oportunidade perdida em uma geração. Mas estamos deixando esse tempo para trás", explicou Oddone na abertura da segunda rodada dos leilões de partilha dos blocos da área.
Programado para começar às 9h, o leilão sofreu uma decisão liminar do juiz Ricardo de Sales, da 3ª Vara Federal Cível do Amazonas, que suspendeu a segunda e terceira rodadas. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) cassou a liminar, liberando a realização das rodadas de licitação do pré-sal. Para o diretor-geral, o Brasil tem mostrado segurança jurídica para os investidores.
De acordo com Oddone, os oito blocos ofertados vão transformar São Paulo em um dos principais produtores de petróleo do Brasil, e farão com que o Rio de Janeiro volte a ser a capital brasileira do petróleo e uma das regiões de maior produção do mundo. Os blocos estão localizados nas bacias de Campos (RJ) e Santos (SP).
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"A produção do pré-sal poderá ser responsável pelo maior acréscimo de oferta de petróleo fora dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, nos próximos anos. Com isso, o Brasil retoma seu espaço na primeira liga do petróleo mundial", afirmou.
Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, também discursou na abertura da segunda rodada e destacou que o leilão faz parte do esforço para "reestabelecer a liderança do setor de óleo e gás na construção do Produto Interno Bruto Brasileiro".
A importância do setor para o Estado do Rio de Janeiro, que vive uma das maiores crises financeiras, também foi reafirmada pelo ministro. Ele ressaltou que a economia nacional saiu de uma situação de "desesperança e profunda insegurança".
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Para Moreira Franco, os leilões vão "permitir a recuperação da economia brasileira e com a possibilidade de ter um desenvolvimento sustentável no país, sobretudo pela segurança jurídica, pela clareza nas regras, pela capacidade que todos terão e começam a ter, com a certeza de que há igualdade de oportunidade e concorrência em todos os campos da atividade econômica, sobretudo na relação do setor privado com o setor público".