O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (11) os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, que mostrou que em agosto, o comércio varejista nacional apresentou retração de 0,5%. A receita nominal também recuou 0,1%, frente a julho e na série com ajuste sazonal.
Leia também: Ministério do Trabalho concede R$ 4 milhões para incubadora de empreendimentos
Segundo o IBGE , a queda no volume de vendas aconteceu após quatro meses consecutivos de taxas positivas, cujo ganho acumulado foi de 2,1%. No que se diz respeito a agosto do ano passado, o volume de venda registrou acréscimo de 3,6% – quinta alta seguida nesta base comparativa. Já o acumulado no ano ficou em 0,7%, em contrapartida ao acumulado nos últimos 12 meses, que permanece negativo, com baixa de 1,6%.
Atividades e segmentos
Em agosto, o varejo deteve taxas predominantemente negativas, atingindo sete das oito atividades que integram o setor. Os principais contribuintes para o recuo foram: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com queda de 6,7%; tecidos, vestuário e calçados, com menos 3,4%; livros, jornais, revistas e papelaria, com recuo de 3,1%; combustíveis e lubrificantes, com baixa de 2,9% e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com retração de 0,5%. Outros artigos de uso pessoal e doméstico e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também influenciaram, com decréscimos de respectivamente, 0,4% e 0,3%.
Em contrapartida, com bom desempenho, encontra-se o setor de móveis e eletrodomésticos que avançou 1,7%, mantendo o ritmo crescente neste tipo de comparação. Entretanto, foi a atividade de móveis e eletrodomésticos a responsável pela maior participação positiva no total do varejo, ao crescer 16,5% no volume de vendas, frente a agosto do ano passado, registrando assim a quarta alta consecutiva.
Em termos acumulados, as taxas foram de 8% de janeiro a agosto deste ano e 0,8% nos últimos 12 meses. Vale mencionar que o comportamento positivo do setor vem sendo impactado pela diminuição da taxa média de juros no crédito às pessoas físicas e pela manutenção da massa de rendimento real.
O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou variação de 1,7%, considerado o segundo maior contribuinte para a formação da taxa global do varejo, uma vez que acresceu pela quinta vez seguida, o que confirma a sua taxa ascendente. No mês, a atividade foi fortemente impactada pela manutenção da renda real das pessoas ocupadas e pelo alívio na pressão dos preços doa alimentos em domicílio, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA). Porém, o indicador acumulado de janeiro a agosto deste ano ainda permanece com a variação negativa de 0,2% e com perda de 1,3% no acumulado nos últimos 12 meses.
O segmento de tecidos, vestuário e calçados, com 9% no volume de vendas em comparação com agosto do ano anterior, deteve a terceira contribuição positiva à taxa global do varejo. As taxas acumuladas foram de 7,3% em janeiro a agosto e de 0,3% nos últimos 12 meses. A influência exercida sobre o setor foi refletida pela manutenção da massa de rendimento real, o que o fez ficar com o desempenho acima da média.
A atividade de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que integra segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos e brinquedos, também foi o terceiro segmento com maior influência para a taxa varejista. Com crescimento de 6,1% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado, a atividade obteve seu quinto resultado positivo seguido. Em termos acumulados, as taxas foram de 0,6% no ano e de menos 1,7% nos últimos 12 meses.
Você viu?
Leia também: Volume de impostos pagos no Brasil tem aumento de 8% em 12 meses
O setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria teve alta de 4,4%, acumulando taxas de 0,2% no ano e de menos 1,5% nos últimos 12 meses. A taxa elevada foi ocasionada pelos preços dos produtos farmacêuticos, mesmo levando em consideração a importância dos produtos comercializados.
Já equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou variação de 1% se comparado ao mesmo mês do ano anterior. Para períodos mais longos, houve recuo de 0,4% no acumulado de janeiro a agosto deste ano e baixa de 2,8% nos últimos 12 meses.
A atividade de combustíveis e lubrificantes, com queda de 2,9% no volume de vendas em relação a agosto do ano passado, representou o maior destaque negativo, com taxas acumuladas de -3,1% em 2017 e de -4,8% nos últimos 12 meses. Enquanto livros, jornais, revistas e papelaria, voltou a recuar nas vendas, com queda de 4,4%. Neste ano e nos últimos 12 meses, as baixas foram de respectivamente, 3,4% e 7,3%.
No comércio varejista em geral, 17 das 27 unidades da federação variaram negativamente no que se diz respeito ao volume de vendas, frente ao mês anterior e na série com ajuste sazonal. Os destaques foram Amazonas, com queda de 3,2% e São Paulo, com retração de 1,7%. Por outro lado, Tocantins, com 5,5%, Rondônia, com 3,9% e Roraima, com 2,6%, apresentaram crescimento nas vendas.
Varejo ampliado
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, se manteve praticamente estável, com 0,1% - terceira alta consecutiva frente a julho deste ano. O resultado foi impactado pelo avanço de 2,8% em veículos e motos, partes e peças e pelo aumento de 1,8% nas vendas de material de construção. Em relação à receita nominal, a taxa foi de 0,4%.
Em comparação a agosto do ano passado, o volume de vendas do varejo ampliado cresceu 7,6%, assim como a receita nominal, com 5,1%. Os acumulados do volume de vendas foram de 1,9% no ano, além da baixa de 1,6% nos últimos 12 meses. Seis das oito atividades avaliadas apresentaram acréscimos, com destaque para: móveis e eletrodomésticos, com 16,5%, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 1,7%, tecidos e calçados, com 9% e artigos de uso pessoal e doméstico, com 6,1%.
É importante evidenciar que as vendas de veículos, motos, partes e peças, apresentaram crescimento de 13,8%, bem como material de construção, que avançou 12,6%. No entanto, os acumulados para veículos, motos, partes e peças registraram taxas negativas no ano, com menos 0,8% e nos 12 meses, com baixa de 5,1%. Os acumulados de material de construção se mantiveram positivos, com 6,5% no ano e 1,5% em 12 meses.
Por outro lado, combustíveis e lubrificantes e livros, jornais, revistas e papelaria reduziram o volume de vendas frente a agosto de 2016, com quedas de respectivamente, 2,9% e 4,4%. O IBGE ainda mostrou que 24 unidades da federação se destacaram pelo bom desempenho, principalmente Santa Catarina, com 18,9%, Rio Grande do Sul, com 17%, e Amazonas e Espírito Santo, ambos com 15,8%. São Paulo também influenciou grandemente a taxa global, com alta de 6,7%.
Leia também: FMI eleva projeção de crescimento da economia brasileira em 0,7%