O crescimento do índice de roubo de automóveis tem feito seguradoras aumentarem o valor do prêmio para seguros de automóveis em áreas de risco. Em algumas regiões, as empresas optam até mesmo pode deixar de segurar veículos pelo alto nível de criminalidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, foram 37,1 mil carros roubados entre janeiro e agosto deste ano. O número representa uma alta de 43,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Apenas em agosto, foram registrados roubos de 4.613 veículos, o equivalente a uma alta de 51,7% na comparação com agosto do ano passado, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). À Agência Brasil, o diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Julio Rosa, afirmou que a mudança dos preços se trata de um processo técnico.

Em agosto, número de veículos roubados subiu 51,7% no Rio; empresas deixam de oferecer seguros em todas as regiões
Marcelo Camargo/Agência Brasil (Arquivo)
Em agosto, número de veículos roubados subiu 51,7% no Rio; empresas deixam de oferecer seguros em todas as regiões

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"Neste momento e nessa circunstância, o mercado deve estabelecer critérios de aumento [da apólice]. Amanhã, se o sinistro de roubo cair, pode-se ter uma redução nos preços. Essa elasticidade é em cima dos resultados do momento", explica. As projeções de Rosa apontam que os preços podem subir entre 15% e 22% até o final do ano em áreas consideradas de risco no Rio de Janeiro. Segundo ele, a variação também segue uma sazonalidade durante o ano.

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De acordo com o diretor da FenSeg, em alguns bairros do Rio, como Manguinhos, Pavuna e Rocha Miranda, as seguradoras não estão realizando novos seguros de automóveis. "Há dificuldade de aceitar. Mas nada é definitivo", afirma. "A princípio, esses bairros estão sub judice [em julgamento]. Se o resultado melhorar, pode voltar a fazer seguro. Nada é definitivo em automóveis".

Em momentos de normalidade, as seguradoras concordam em realizar o seguro. Quando existe algum risco, no entanto, o preço aumenta. Se ainda assim, o valor não condiz com o resultado, a empresa começa a ser mais exigente na aceitação do risco.

Segundo pesquisa da FenSeg, os roubos de veículos tem três propósitos. O primeiro deles é a venda de peças, pois as montadoras não conseguem oferecer peças de reposição de acordo com a demanda do mercado. "Falta peças originais, aumenta o roubo", explica Rosa. O segundo é a clonagem. Neste caso, os criminosos visam tirar do veículo a placa, chassis e documentação de legalização e colocar em outro carro.

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"Está aumentando muito a clonagem porque venda com preços mais baratos e o consumidor compra. Tem carro clonado até em anúncio de jornais", diz Rosa. Por fim, o terceiro motivo é o uso do veículo roubado para cometer outros delitos, como assaltos, sequestros. Logo em seguida, o automóvel é abandonado e recuperado pela polícia. "Normalmente, os carros que são recuperados pela polícia já passaram por quatro a cinco delitos", destaca o diretor da federação de seguros.

* Com informações da Agência Brasil.

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