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Existe uma preocupação crescente de que empresas de tecnologia como Google e Amazon estão se tornando tão grandes, que logo elas estarão no controle de nossas vidas – em todos os aspectos. É simples entender da onde as preocupações veem: a  Amazon é uma das maiores varejistas do mundo, e é a solução para a maioria dos compradores modernos; o Google é o proprietário do que é, essencialmente, o mecanismo de pesquisa padrão e também detentor do YouTube – sem dúvida o serviço de transmissão de vídeo mais popular do mundo.

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As duas companhias desempenham um papel na forma como as pessoas compram (Amazon.com; Google Express ), procuram informação (Google.com), entretém (Amazon Video; YouTube), e comunicam com seus serviços (Alexa, Amazon Echo, e Google Assistant). E se não for controlado, o crescente consenso é que eles se tornarão muito grandes para parar e irão, eventualmente, sufocar a concorrência, uma vez que leis e regulamentos vigentes não são suficientes para contê-las.

Para presidente de órgão regulador, talvez seja hora discutir crescimentos de empresas como Google e Amazon
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Para presidente de órgão regulador, talvez seja hora discutir crescimentos de empresas como Google e Amazon

Segundo o jornal diário estadunidense, "USA Today", a Amazon sozinha é responsável por mais da metade dos livros vendidos nos Estados Unidos, tem uma participação de 45% de mercado na computação em nuvem e tem cerca de 40% do mercado de compras online . Já o Google detém mais de 80% do mercado de mecanismos de busca. Como já relatado, a empresa é capaz de controlar o que foi publicado e o que é encontrado por seus usuários.

A presidente da Federal Trade Commission (FTC) – órgão federal estadunidense equivalente ao Cade –, Maureen Ohlhausen, falou sobre esse receio em discurso no Simpósio Global de Luta Antitruste, em Washington, nos EUA. Em sua fala, Ohlhausen afirmou que "estamos caminhando em direção a um futuro distópico, onde algumas empresas de tecnologia gigantes acabarão por ter controle maior do que sobre nossas vidas econômicas".

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No entanto, Ohlhausen realmente não acredita que isso seja o caso, citando a fusão do início de 2000 entre AOL e Time Warner, e comparando a atual situação da AOL. Para ela, esta é uma prova de que o domínio do mercado exige mais do que uma maior participação. Ela argumenta que, enquanto empresas como a Amazon continuarem crescendo por meio de uma tomada de decisões inteligentes, suas ações serão aceitáveis ​​e não estarão sujeitas a quaisquer regulamentos, que se concentram no bem-estar do consumidor. 

Outro lado

Evidentemente, nem todo mundo pensa assim. Grupos como a New America Foundation criticaram repetidamente a Amazon, afirmam que a empresa descumpre regulamentos ao chamar a atenção para sua presença global e preços mais baixos. "Não podemos conhecer os danos potenciais à concorrência colocados pelo domínio da Amazon se medirmos a concorrência através do preço e da produção", diz Lina Khan do programa Open Markets.

Em entrevista ao "USA Today", Khan disse que é como se o CEO da Amazon, Jeff Bezos, criasse um mapa de leis antitruste especificamente para determinar as melhores maneiras de evitá-los. Não está claro o que as empresas com influência substancial como Google, Amazon e Facebook fariam se já não tivessem concorrência ou regulamentos para se preocupar, mas é inegável que cada um deles continua expandindo de maneira inesperada.

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Ohlhausen terminou seu discurso dizendo que ela e a FTC "apoiaram vigorosamente as posições políticas que às vezes amam e às vezes odeiam". Talvez seja hora de uma conversa discutindo os prós e os contras dos crescimentos aparentemente sem impedimentos das empresas de tecnologia como a Amazon e o Google.

* Com tradução de futurism.com.

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