O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (12) os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio, que evidenciou estabilidade no comércio varejista nacional , ao registrar variação de 0,0% em julho deste ano frente a taxa do mês anterior e na série livre de influências sazonais. Com isso, o resultado mensal repetiu o patamar de junho, após três altas consecutivas, com acumulo de ganho de 2,2%.
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De acordo com o IBGE , mesmo com o comportamento positivo dos últimos meses, as vendas de julho deste ano ficaram 8,7% abaixo do nível recorde atingido em novembro de 2014. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o varejo avançou pelo quarto mês consecutivo, com alta de 3,1%. Setorialmente e no confronto interanual, tecidos, vestuários e calçados apresentou a maior taxa positiva, com 15,5%, assim como móveis e eletrodomésticos, que variou 12,7%.
Em relação ao indicador acumulado nos últimos 12 meses, houve redução de 2,3%, mantendo o ritmo de queda, iniciado em outubro de 2016, quando caiu 6,8%. Já no índice de média móvel trimestral, o volume de vendas registrou variação de 0,4% do trimestre móvel encerrado em junho para o encerrado em julho.
Setores e atividades
Também em julho, houve avanço nas vendas de três setores, sendo hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo o principal destaque, com 0,7%. Tecidos, vestuários e calçados e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação vieram em seguida, com respectivamente, 0,3% e 4,4%.
Já as atividades de móveis e eletrodomésticos e livros, jornais, revistas e papelaria acompanharam o resultado geral, com variações nulas. Por outro lado, combustíveis e lubrificantes registrou queda de 1,6%, assim como artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que recuou 0,4% e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com baixa de 0,2%.
Retomando os resultados positivos, as principais altas foram observadas em: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com 2,4%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 0,3%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com 11,6%; e livros, jornais, revistas e papelaria, com 0,2%.
O setor de tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 15,5% no volume de vendas, foi apontado como o principal contribuinte para a taxa global do varejo. Além disso, acumulou alta de 7,1% no ano, enquanto permaneceu negativo no acumulado em 12 meses, com queda de 1,2%. Vale mencionar que o desempenho deste setor se beneficiou do aumento da massa real de rendimentos e da influência de uma base baixa de comparação.
Já o setor de móveis e eletrodomésticos foi considerado o segundo maior impacto positivo na taxa global, com variação de 12,7% e taxa acumulada de 6,8%. Em relação ao acumulado nos últimos 12 meses, o resultado foi negativo, com recuo de 1,2%, o que sinalizou uma redução no ritmo de queda, mesmo com baixa. Por se tratar de uma atividade cujas vendas são relacionadas às condições de crédito, o setor vem sendo afetado pela retração dos custos de financiamento.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico representou a terceira participação positiva, com variação de 4%. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses as taxas foram de baixas, com respectivamente, 0,2% e 3%. Enquanto o setor de artigos farmacêuticos médicos, ortopédicos e de perfumaria avançou 2,4%, com taxa acumulada no ano de menos 0,4% e de menos 2,2% em 12 meses.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 0,3%, exerceu o quinto maior desempenho no resultado global, sendo influenciado pela alta na massa salarial real e pelo comportamento dos preços do grupo alimentação no domicílio. Em termos acumulados, as taxas foram negativas, com recuo de 0,5% para o acumulado nos sete primeiros meses do ano e com queda de 1,7% para os últimos 12 meses.
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O segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação cresceu 11,6% no volume de vendas em julho deste ano frente ao mesmo mês do ano passado. Com taxa de menos 0,6% acumulada no ano e de menos 3,6% nos últimos 12 meses.
A atividade de livros, jornais, revistas e papelaria, que variou 0,2%, apresentou taxa acumulada no ano de -3,3% e de -8,1% nos últimos 12 meses. Entre os principais influenciadores para o resultado, estão os preços dos produtos de papelaria, que apresentaram crescimento e na restrição orçamentária das famílias brasileiras, que substituíram produtos impressos, como jornais e revistas por itens do meio eletrônico. O comércio de combustíveis e lubrificantes variou negativamente, com 0,9%.
Estados
Ainda no sétimo mês do ano, houve aumento no volume de vendas do varejo em 12 das 27 Unidades da Federação, na série com ajuste sazonal. Os destaques foram: Amazonas, com 3%; Santa Catarina, com 2,4% e Roraima, com 2,2%. Em contrapartida, Tocantins decresceu 5,3%, registrando o recuo mais acentuado no varejo.
Na comparação com julho do ano passado, o avanço no volume de vendas foi ainda maior, alcançando 20 das 27 Unidades da Federação. Santa Catarina e Alagoas obtiveram as maiores taxas positivas, com 14,2% e 10,3%, respectivamente. São Paulo, com 3,5% e Minas Gerais, com 3,9%, também avançaram na base comparativa.
Varejo ampliado
O comércio varejista ampliado, abrangente as atividades de veículos, motos, partes e peças de material de construção variou 0,2% em comparação a junho e na série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume do varejo ampliado apresentou crescimento de 5,7%, com taxa de 1,1% acumulada no ano e com decréscimo de 2,8% nos últimos 12 meses.
Vale ressaltar que a variação de 0,2% sofreu influências da redução de 0,8% nas vendas em veículos, motos, partes e peças e do acréscimo de 0,9% no setor material de construção. No confronto com o mesmo período do ano anterior, o total do comércio varejista ficou em 3,1%, com o quarto avanço seguido, ocasionado pelos resultados positivos em sete das oito atividades avaliadas. Os destaques na formação da taxa global foram: tecidos, vestuário e calçados, com 15,5%; móveis e eletrodomésticos, com 12,7% e outros artigos de uso pessoal e doméstico, com 4%.
A alta de 5,7% no volume de vendas frente ao mesmo mês do ano anterior refletiu, principalmente o desempenho das vendas de veículos, motos, partes e peças, que cresceu 6,5%, seguido por material de construção, que teve alta de 11% em ambas as bases comparativas. As taxas acumuladas para estas atividades foram, respectivamente, de -2,9% e 5,6% em sete meses, e de -7,3% e -0,2 nos últimos 12 meses.
No que se diz respeito às Unidades da Federação, o IBGE mostrou avanço nas vendas em 23 dos 27 estados, com destaque para Santa Catarina, com 16%; Amazonas, com 15,2%; Rio Grande do Sul, com 13,3%; Maranhão, com 12,5% e Alagoas, com 11,8%. Para a taxa global do varejo ampliado, as maiores contribuições partiram de São Paulo, com 5,9%, Santa Catarina, com 16% e Rio Grande do Sul, com 13,3%.
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