Taxa Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Taxa Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia

O Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia pela oitava vez consecutiva. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (6), passando de 9,25% ao ano para 8,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

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A taxa Selic chegou ao menor nível desde outubro de 2013, quando ficou em 9% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

Considerado como o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, a taxa básica de juros é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,19% em agosto, no menor nível para o mês desde 2010.

Levando em conta o período de 12 meses encerrado em agosto, o IPCA acumula 2,46%, a menor taxa em 12 meses desde fevereiro de 1999. Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano nem ficar abaixo de 3%.

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Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 3,8%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,38%, mesmo com os aumentos recentes nos preços dos combustíveis.

O impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas e alimentos como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos até agosto de 2016. A partir daí, no entanto, a inflação começou a cair por causa da recessão econômica e da queda do dólar.

Crédito mais barato

A baixa na Selic estimula a economia porque juros menores tornam o crédito mais barato e estimulam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. De acordo com o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. A estimativa está em linha com o último Relatório de Inflação, divulgado em junho, no qual o BC também projetava expansão da economia de 0,5% este ano.

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Usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), a taxa serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao fazer o reajuste para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz a taxa Selic, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

*Com informações da Agência Brasil

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