Teste de segurança alimentar feito pela Proteste – Associação de Consumidores em marcas de café e de farinha apresentou resultados insatisfatórios. Segundo a associação, nesta primeira fase de testes, foram constatados irregularidades como um inseto e pelo de roedor.
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Segundo a Proteste , das marcas analisadas nesta etapa de verificação, duas foram reprovadas, sendo elas a marca de café Melitta e a de farinha Sol. No caso do café, a análise revelou a presença de 13 fragmentos de insetos (no limite permitido por lei), porém foi encontrado um inseto inteiro morto em 25g de amostra coletada pela associação.
No caso da farinha, a irregularidade encontrada foi pelo de roedor e nesta categoria em si, esse fragmento não é permitido e nem tem limites de tolerância para o mesmo. A entidade informou que todos os testes foram realizados conforme o regulamento estipulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) RDC14/2014, que estabelece requisitos mínimos para avaliação de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, assim como seus limites de tolerância.
No caso do café é permitido, segundo a Anvisa, o máximo de 60 fragmentos de insetos em 25 gramas de amostra, já no caso da farinha, o limite máximo de fragmento de insetos em uma amostra de 25 gramas é de 60.
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Outras marcas
De acordo com os resultados obtidos em análise laboratorial, as marcas Caboclo e Pilão não apresentaram matérias estranhas macroscópicas (vistas a olho nu) e nem microscópicas. Já a marca de café 3 corações apresentou 15 fragmentos de insetos em 25 gramas de amostra coletada para o teste, mas está de acordo com a legislação. A única reprovada devido à amostra conter um inseto foi a Melitta.
Já as amostras de farinha de trigo das marcas, os resultados foram os seguintes: a marca Renata apresentou 33 fragmentos de insetos em 50 gramas de amostra, a Dona Benta apresentou três fragmentos de insetos em 50 gramas de amostra e a marca Rosa Branca apresentou cinco fragmentos de insetos em 50 gramas de amostra, sendo que todas elas estão de acordo com a legislação vigente no País.
A Proteste, em primeiro momento, não havia informado os lotes que foram submetidos à análise, só o fez após solicitação da reportagem. Abaixo é possível identificar quais foram levados para o laboratório:
Você viu?
Café Cabloco –23:27 A 05J
3 Corações – 19 MG 40
Pilão –15:07 A10J
Melitta – A020317 4 T2 S1 TR
Dona Benta - 42017
Renata - 417
Sol - 042017 109/17
Rosa Branca - 0417 11:21
Respostas
Em resposta ao teste da entidade, a J.Macêdo, fabricante da farinha de trigo Sol, apresentou laudos que atestam a verificação dos produtos do lote 042017 109/17 e que nos mesmos não foram encontrados pelo de roedor como afirma a entidade. O documento é assinado pela Cerelab Laboratórios de Análises de Alimentos, empresa credenciada a Anvisa.
“A J.Macêdo tem contraprovas dos lotes de produção e já os submeteu a exame em laboratório externo credenciado pela ANVISA, a fim de resguardar e dar a seus consumidores a garantia de seu rigor em relação aos seus procedimentos de fabricação” informou em nota oficial.
A empresa contesta a clareza da entidade na divulgação de sua análise e assim como o resultado apresentado no lote em questão, e apresentou a reportagem outros dois laudos, todos negativos para pelo de roedor.
“A J.Macêdo afirma com base no número parcial de lote divulgado pela Proteste que nenhum lote produzido no mês em questão apresentou problemas, de acordo com os laudos citados acima. A Proteste também não comunicou a sua metodologia de amostragem, nem condições de armazenamento e coleta e nem se o laboratório que executou o teste é credenciado pela ANVISA”. A indústria responsável pela marca Sol afirmou que todos os lotes que são encontradas irregularidades são descartados não chegando ao ponto de venda.
A Melitta afirmou desconhecer os métodos utilizados pela associação e enfatizou que todos os seus produtos, sem exceção, seguem rígidos padrões de qualidade. “A marca tem como prioridade entregar a excelência no produto final e, para isso, possui diversos processos de controle, além de certificados que comprovam o alto nível de qualidade em seus processos, como o Selo de Pureza ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), o Certificado ISO 9001 de gestão de qualidade, o Programa de Qualidade do Café da ABIC e o Programa de Boas Práticas de Fabricação”.
Para concluir e responder aos questionamentos da Proteste, a marca afirmou que vai retirar o lote em que foi constatada a suposta irregularidade e o enviará para nova análise laboratorial. “Por respeito e responsabilidade ao consumidor, a Melitta do Brasil vai recolher o lote em questão para refazer as análises”.
*Matéria atualizada às 17h50 para inclusão das respostas das empresas mencionadas.
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