![Michel Temer fará nova reunião com equipe econômica para decidir possível revisão da meta fiscal deste ano Michel Temer fará nova reunião com equipe econômica para decidir possível revisão da meta fiscal deste ano](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/em/n4/5p/emn45p7lmkv7axktbmcs2vgq2.jpg)
Após dois dias de reunião a portas fechadas com ministros da equipe econômica e parlamentares, o presidente Michel Temer, decidiu adiar o possível anuncio da revisão da meta fiscal para este ano. Os encontros ocorreram no Palácio do Planalto e em comunicado oficial, a assessoria do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Ministério da Fazendo, informou que o encontro será retomado na próxima segunda-feira (14).
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Para 2017, a meta fiscal é de deficit – despesas maiores que receitas – de até R$ 139 bilhões. Para 2018, o teto para o rombo nas contas públicas é de R$ 129 bilhões. No encontro ocorrido nesta quinta-feira (10), e que teve duração de mais de três horas, e gerou expectativa da revisão da meta estiveram presentes: os presidentes do Senado, Eunício Oliveira, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e líderes da base aliada do governo. Entre os ministros estiveram presentes Henrique Meirelles (Fazenda); Dyogo Oliveira (Planejamento); Eliseu Padilha (Casa Civil); Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência e Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo.
Receitas em baixa
O governo brasileiro tem contabilizado inúmeras perdas de receitas nos últimos tempos, sendo que essa arrecadação era importante para cumprimento do deficit primário deste ano. A primeira perda ocorreu quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) refazer o edital do leilão de renovação de concessão de usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A concessão renderia aos cofres públicos R$ 11 bilhões este ano.
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A segunda “derrota” veio com o Programa de Regularização de Ativos no Exterior – Repatriação – que arrecadou R$ 1,61 bilhão, valor bem abaixo ao estimado pelo governo que era inicialmente de R$ 13 bilhões. O valor foi revisto para pouco mais de R$ 2 bilhões e mesmo com a medida, ficou abaixo da expectativa do governo. As mudanças na medida provisória que criou a renegociação especial de dívidas com a União também pode diminuir a previsão de arrecadação, caso o governo não consiga reverter às alterações.
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Nos últimos tempos o governo de Michel Temer teve de recuar em duas medidas que auxiliaram no aumento da receita este ano. A primeira foi em relação ao aumento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o etanol foi parcialmente revertido, reduzindo a previsão de arrecadação em R$ 550 milhões. Na quarta-feira (9), teve de revogar a medida provisória que acabaria com a desoneração da folha de pagamento em diversos setores que hoje são beneficiados pela política.
Todas as derrotas e o impasse entre o governo e sua equipe econômica podem levar a revisão da meta fiscal deste ano. O mercado financeiro projeta que o deficit primário supere R$ 150 bilhões.
*Com informações da Agência Brasil
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