A produção e o emprego  no setor industrial registraram nova queda em junho. Segundo dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria ( CNI ) divulgados nesta quarta-feira (26). O indicador de produção ficou em 47,7 pontos, resultado 6,1 pontos abaixo do registrado em maio deste ano. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos apontam tendência de queda, e acima de 50, crescimento.

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Ao mesmo tempo, o indicador do número de empregados na indústria ficou em 47,6 pontos. Em maio, o resultado havia sido 0,5 ponto maior. Como consequência, a utilização da capacidade instalada também recuou, passando para 65%, três pontos percentuais abaixo da média histórica registrada desde 2011 em meses de junho. Com a elevada ociosidade no parque industrial, a disposição de investir continua em baixa.

Em nota, CNI afirmou que levantamento indica que a indústria deverá manter demissões nos próximos seis meses
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Em nota, CNI afirmou que levantamento indica que a indústria deverá manter demissões nos próximos seis meses

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O índice de intenção de investimento ficou em 46,6 pontos. Para a CNI, a combinação dos resultados dos últimos meses indica um caminho rumo à recuperação, mas essa trajetória é de dificuldades. "Apesar do quadro negativo, as perspectivas dos empresários são positivas e indicam uma melhora do cenário no curto prazo", disse, em nota, a entidade. Já os indicadores de expectativas mostram que o setor industrial aguarda um aumento de demanda, de exportações e da compra de matérias-primas nos próximos seis meses.

Ainda assim o indicador de expectativa em relação ao número de funcionários segue apontando um cenário negativo, com 48,8 pontos, mesmo resultado de maio e 2,5 pontos acima do registrado em junho do ano passado. "Ou seja, mesmo com a perspectiva de recuperação, a indústria deve manter as demissões nos próximos seis meses", diz a CNI. A pesquisa aponta ainda que a falta de demanda, a inadimplência, as taxas de juros elevadas e a elevada carga tributária foram os principais problemas enfrentados no segundo trimestre.

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A última opção, aliás, lidera o ranking dos principais obstáculos à atividade da indústria. Segundo o levantamento, a alta carga tributária teve 45,2% das menções. A CNI destacou que as condições de acesso ao crédito também estão melhorando lentamente, mas continuam mais difíceis que o usual. O levantamento foi feito com 2.281 empresas de todo o País. Dessas, 940 são pequenas, 828 são médias e 513 são de grande porte.

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