O anúncio do governo, referente ao aumento dos impostos nos combustíveis, não foi bem recebido por entidades do setor produtivo brasileiro. Por meio de notas, as principais entidades setoriais fizeram duras críticas à decisão e afirmaram que aumentar a taxa neste momento vai atrasar a retomada do crescimento econômico.
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Na opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp), o governo deveria ter procurado outras alternativas para evitar o aumento dos impostos , onerando ainda mais a indústria no País.
Na página oficial da Fiesp , o presidente da entidade Paulo Skaf , afirmou que essa medida não vai resolver a crise econômica que persiste no País. “Ministro [da Fazenda, Henrique Meirelles], aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho. Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”.
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Ainda segundo Skaf, uma das soluções que deveria ser perseguida pelo governo de Michel Temer seria o corte nos gastos públicos e em medidas de melhoria da gestão do Estado. “Todos sabem que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício”, disse. Ele enfatizou ainda que a entidade e sua opinião é apartidária e independente de governos.
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Mais críticas
A opinião da CNI vai de encontro com a da Fiesp. Também em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, criticou o anúncio e afirmou que a medida trará prejuízos aos consumidores e as empresas que aqui operam. “A elevação dos tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia”.
A concentração dos esforços no controle e equilíbrio das contas públicas deveria ser foco do governo e não aumentar a carga tributária, que já é bem alta no Brasil. A entidade aproveitou a oportunidade para solicitar que o governo acelere as reformas estruturais e se dedique a aprovação da reforma da Previdência Social. Segundo a CNI, somente as reformas restabelecerão a confiança dos empresários e dos consumidores e farão a economia recuperar-se.
No mesmo tom das demais entidades produtivas, a Firjan defendeu que "a saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência ”, disse em nota oficial.
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