Sendo afetado pelo cenário político e econômico do País, o Índice da Bovespa (Ibovespa) ainda tem se mostrado oscilante nos últimos meses. Com um período de instabilidade iniciado após a gravação vazada pelo dono da JBS, Joesley Batista, onde o presidente Michel Temer dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Bolsa de São Paulo despencou em 10%, o que a fez entrar em circuit breaker, o que não acontecia desde a crise de 2008.
Leia também: Boletim Focus, do Banco Central, aponta redução da Selic e da inflação este ano
Depois da queda de extremo impacto, a Bovespa passou a registrar resultados amenos, com pequenas altas e baixas, o que potencializou a cautela por parte dos investidores do mercado acionário.
Comportamento semanal
Na sexta-feira (14), o Ibovespa voltou a apresentar resultados mais significativos, após avançar 0,4%, aos 65.436 pontos. A taxa, influenciada por ações de bancos e empresas interligadas a commodities, como a Vale e a Petrobras, foi considerada a mais alta desde o dia 17 de maio, quando começaram a circular as informações sobre a polêmica envolvendo o presidente Michel Temer.
Por volta das 11h00, a bolsa operava em alta de 0,48%, a 65.491 pontos. No dia anterior (13), o índice também obteve resultado positivo, com ganhos de 0,53%, a 65.178 pontos, contabilizando o quarto pregão marcado por ganhos. Na quarta-feira (12), o índice avançou 1,64% aos 64.876, com acréscimos nas ações da Petrobras, que subiram mais de 5% em suas preferenciais, e mais de 4% nas ordinárias – tipo de ação que atribui ao acionista o direito ao voto nas assembleias da empresa.
Você viu?
No pregão de terça-feira (11), a bolsa fechou em 63.832,15 pontos, o que evidenciou uma valorização de 1,28% se comparado ao pregão de segunda-feira (10), quando encerrou com alta de 1,23%, a 63.091 pontos. Desse modo, a bolsa terminou a semana com uma valorização de 5%.
Leia também: Por que dezenas de startups escolheram se reunir em um espaço de coworking
Contexto político
De modo geral, o principal índice da bolsa foi impactado por alguns acontecimentos políticos, que também foram se desenrolando com o passar dos dias, sendo a aprovação da reforma trabalhista e a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os destaques mais importantes.
O ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por acusação de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, o que abrange a compra de um tríplex no Guarujá (SP). A sentença foi proferida pelo juiz federal Sérgio Moro, que também é responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância.
Além disso, o plenário da Câmara dos Deputados optou por deixar para o dia 2 de agosto a votação de autorização para que Temer possa ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. Na quinta-feira (13), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou a recomendação acerca da autorização pelo deputado Serio Zveiter (PMDB-RJ) aprovando logo depois um outro parecer contrário à denúncia de Michel Temer.
Dólar e Exterior
Ainda na sexta-feira (14), enquanto a Bovespa operava com otimismo, o dólar apontava para o sentido contrário, fechando a semana em queda ante ao real, também no menor valor desde a delação da JBS. Assim, a moeda norte-americana apresentou queda de 0,73%, sendo vendida a R$3,1849. De acordo com informações de agências de notícias internacionais, os operadores de mercado seguem atentos e aguardam a trajetória dos juros nos Estados Unidos.
Leia também: Bitcoin: especialistas dizem que é a melhor hora para investir, confira