O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (30) que na passagem março-abril-maio deste ano, a taxa de desocupação foi estimada em 13,3%. O resultado foi considerado estável se comparado ao trimestre dezembro-janeiro-fevereiro, porém 2,1 pontos percentuais maior frente ao mesmo trimestre do ano passado, quando marcou 11,2%. Além disso, esta foi a maior taxa de desocupação para o trimestre encerrado em maio desde o início da série da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012.
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De acordo com o IBGE , a população desocupada permaneceu estável ante ao trimestre anterior, com 13,8 milhões. Porém houve crescimento de 20,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com 2,3 milhões de pessoas a mais. A população ocupada também apresentou estabilidade, com 89,7 milhões, em relação ao trimestre anterior, mas retraiu 1,3% se comparada ao mesmo trimestre de 2016, com menos 1,2 milhão de pessoas.
Nível de ocupação
A estabilidade ainda foi observada no nível da ocupação, que diz respeito ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, que ficou em 53,4%. Em relação ao nível de ocupação do mesmo trimestre do ano passado, que foi de 54,7%, houve queda de 1,3 ponto percentual. É importante ressaltar que este foi o menor nível da ocupação observado para o trimestre desde o início da série, iniciada no primeiro trimestre de 2012.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada, estimado em 33,3 milhões, reduziu 1,4% frente ao trimestre dezembro-janeiro-fevereiro, com 479 mil pessoas a menos. Já no confronto com o trimestre de março a maio de 2016, o decréscimo foi de 3,4%, com redução de 1,2 milhão de pessoas.
O rendimento médio real habitual foi apontado em R$ 2.109 no trimestre terminado em maio deste ano, mantendo-se estável frente aos R$ 2.102 do trimestre anterior e em relação aos R$ 2.062 do mesmo período do ano passado. A massa de rendimento real habitual foi de R$ 184,4 bilhões.
A força de trabalho, abrangente à pessoas ocupadas e desocupadas, foi de 103 milhões de pessoas no trimestre de março a maio de 2017. Com isso, esta população apresentou um avanço de 0,6% em comparação ao trimestre de dezembro a fevereiro deste ano. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior houve acréscimo de 1,1%, ou seja, de 1,2 milhão de pessoas. É importante destacar que o crescimento observado da força de trabalho no País se deu principalmente por conta da alta da desocupação nos últimos anos.
O contingente fora da força de trabalho no trimestre de março a maio de 2017 foi estimado em 64,4 milhões de pessoas, o que evidencia um período estável em relação ao trimestre de dezembro a fevereiro de 2016. Enquanto se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, se é notado um aumento de 0,9%, com 569 mil pessoas a mais.
Ainda no período de março a maio de 2017, a categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada foi de 10,5 milhões de pessoas, registrando alta de 2,2% se comparada ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o aumento foi de 4,1%, com um adicional estimado em 409 mil pessoas.
Trabalhadores autônomos
A categoria dos trabalhadores por conta própria, formada por 22,4 milhões de pessoas, foi outra a expor estabilidade no período comparativo a dezembro-janeiro-fevereiro. Contudo, se levado em consideração o mesmo período do ano anterior, o movimento foi de queda, com recuo de 2,6%, ou seja, 599 mil pessoas a menos.
O contingente de empregadores, que abrange 4,1 milhões de pessoas, mostrou-se estável frente ao trimestre imediatamente anterior, além de registrar um acréscimo de 9,3%, com 351 mil pessoas a mais, se comparado ao mesmo período de 2016. A categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de pessoas, também se manteve equilibrada em ambos os trimestres comparativos.
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Grupamento de atividades
No que se diz respeito ao contingente de ocupados, segundo os grupamentos de atividade do trimestre móvel de março a maio deste ano, houve queda na construção, com baixa de 3,9% ou 271 mil pessoas a menos. Por outro lado, a indústria geral cresceu 3% ou 344 mil pessoas, assim como alojamento e alimentação, com 2,9%, ou mais 144 mil pessoas. Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais também avançou, com mais 1,9% ou alta de 287 mil pessoas. Os demais grupamentos não variaram significativamente.
Se comparado ao trimestre de março a maio de 2016, houve redução nos seguintes grupamentos: construção, com retração de 10,6% ou menos 793 mil pessoas, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura, com queda de 7,3% ou 684 mil pessoas e serviços domésticos, com diminuição de 3,2% ou 203 mil pessoas. Em contrapartida, verificou-se aumento nos grupamentos: alojamento e alimentação, com 12,5% ou mais 568 mil pessoas e outros serviços, com 6,2% ou mais 257 mil pessoas.
A pesquisa mostrou que nos demais grupamentos não houveram variações consideráveis, uma vez que apenas em comparação com o trimestre de março a maio de 2016, o grupamento agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou elevação da renda média de 7,8%, enquanto os demais grupamentos se mantiveram estáveis.
Já o rendimento médio
real habitual variou positivamente em comparação ao trimestre anterior apenas para os trabalhadores domésticos, com 1,5%. Os demais grupamentos apresentaram os mesmos resultados, assim como as posições na ocupação do mesmo trimestre do ano passado.
De acordo com o levantamento, a massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimada, para o trimestre móvel de março a maio de 2017, em R$ 184,4 bilhões de reais, o que mais uma vez aponta estabilidade tanto frente ao trimestre de dezembro a fevereiro deste ano, quanto frente ao mesmo trimestre do ano anterior.
Metodologia
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Mensal do IBGE é elaborada através de uma amostra de domicílios, retirada de uma amostra mestra que garante a representatividade dos resultados para os diferentes níveis geográficos. A cada trimestre, são investigados 211.344 domicílios particulares permanentes, em aproximadamente 16.000 setores censitários que estão distribuídos em 3.500 municípios.
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