O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta quarta-feira (28) que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter, em 2017, crescimento menor que o previsto. A projeção mais recente do governo aponta para elevação de 0,5%. Com divulgação da nova estimativa oficial agendada para os próximos dias, o líder do governo considerou a alteração da previsão como "moderada".
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"É importante dizer que existe um certo ajuste, mas não é um ajuste onde haja um impacto relevante", disse Henrique Meirelles após ser questionado sobre os impactos da crise política na economia. Segundo o ministro, a previsão de crescimento para o último trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado também será revisada para baixo.
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"Nós chegamos, a um certo momento, a [prever um crescimento de] 2,7%. Não mudamos essa previsão ainda formalmente mas, de fato, ela tem um certo viés de baixa", afirma. "Mas não é algo que será abaixo de 2%. Será acima de 2%. Qualquer coisa entre 2% e 2,7%. Temos aí um efeito [da crise política], mas um efeito moderado".
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Apesar da revisão negativa para o PIB , o ministro da Fazenda defendeu que diversos indicadores econômicos do País mantêm-se positivos, como a geração de empregos, a queda dos indicadores de desemprego, a inflação em queda e o aumento do poder de compra. "Existe toda uma série de fatores econômicos que dão sustentação à trajetória de crescimento", destacou.
Aumento de impostos
O ministro da Fazenda também adiantou que, em razão dos resultados da meta fiscal, o governo não descarta aumentar os impostos, ainda que nenhuma decisão oficial tenha sido tomada nesse sentido. "Existe uma série de questões na linha de arrecadação que precisam estar melhor definidas e clarar para que possamos tomar a decisão sobre medidas adicionais", disse.
De acordo com o ministro, a decisão sobre a alta de tributos depende de questões como os futuros leilões de usinas hidrelétricas e de campos de óleo e gás, da nova etapa do programa de repatriação de recursos estrangeiros e do cancelamento de precatórios não sacados pelo beneficiário no prazo de dois anos, que devolveria ao Tesouro Nacional cerca de R$ 8 bilhões.
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Ainda segundo Henrique Meirelles, o aumento da atividade econômica nos próximos meses pode fazer com que a arrecadação volte a ficar equilibrada. "A queda de arrecadação é uma queda importante, produto principalmente das maturações, dos prejuízos fiscais das empresas, efeito tributário que está acontecendo no momento", disse. "Teve uma queda na atividade muito grande nos últimos dois anos, e a atividade agora está crescendo, mas a receita sofre ainda aquela queda dos resultados das empresas dos anos anteriores”.
* Com informações da Agência Brasil.