Brasil Econômico

Durante esse período de oscilações na Bovespa, o dólar apresentou altas e baixas. Atualmente, o dólar está em R$ 3,2874, avanço de 1,03%, maior nível desde o acréscimo significativo de 8,06% obtido no dia 18 de maio
shutterstock
Durante esse período de oscilações na Bovespa, o dólar apresentou altas e baixas. Atualmente, o dólar está em R$ 3,2874, avanço de 1,03%, maior nível desde o acréscimo significativo de 8,06% obtido no dia 18 de maio

Os últimos meses tem sido de grandes oscilações nos resultados da Bovespa. Fortemente influenciada pelo cenário político e econômico instável em que o País se encontra, o principal índice da bolsa (Ibovespa) tem marcado diferentes taxas, o que tem feito os investidores terem mais cautela em relação aos negócios. Na quarta-feira (7), com o avanço do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde será decidido se Michel Temer (PMDB) permanecerá ou não na presidência, o Ibovespa registrou alta de 0,34% aos 63.170 pontos, após subir 1,08% na máxima do dia.

Leia também: Receita abre consulta a primeiro lote de restituição do IR deste ano; consulte

Comportamento semanal

Os principais destaques apurados pelo Índice da Bovespa no dia ficaram por conta do Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, que apresentaram altas acima de 1%, impactando positivamente o resultado do pregão.  Além disso, a empresa Kroton avançou 3,65%, assim como a Estácio Participações ON, que subiu 3,8%, tendo como cenário o desenvolvimento do processo de fusão entre as duas empresas. Por outro lado, a estatal Petrobras registrou queda maior que 2%, diante da baixa nos preços do petróleo no mercado internacional. Também houve desvalorização nas ações da JBS, com decréscimo superior a 2%.

Já na terça-feira (6), o Ibovespa avançou 0,74%, a 62.915 pontos, com alta de 8% nas ações da JBS, que havia fechado a venda de operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para a Minerva, que também acresceu 4%. No sentido contrário, as ações ordinárias do BBSeguridade e da Cosan caíram mais de 2%, enquanto as preferenciais da Vale subiram acima de 1%. As preferenciais da Petrobras também operaram em alta de 0,23% na data.

Na segunda-feira (5), a bolsa fechou praticamente estável, com queda de 0,1%, a 62.450 pontos. As ações ordinárias da Smiles ficaram entre os destaques positivos, com valorização de 3,37%. Os papéis preferenciais da Petrobras terminaram o pregão em alta de 1%, enquanto os ordinários cresceram 1,75%. Vale ressaltar que no mesmo dia, a empresa de capital aberto solicitou a B3 a certificação para aderir ao programa de governança para estatais. Além disso, a petroleira pretende entrar para o segmento especial de listagem Nível 2, onde há regras de governança mais rígidas. A Estácio, por sua vez, registrou queda de 7,02% em suas ações ordinárias, assim como as da Kroton, que caíram 3,19%. As ações ordinárias da Cosan e da JBS também recuaram, com baixas de 4,11% e, 4,08%, respectivamente.

Contexto atual

O avanço observado na quarta-feira (7) foi bem recebido pelo mercado, que segue aguardando os próximos passos das reformas, bem como a conclusão do julgamento que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, iniciado na segunda-feira (6), com questionamentos feitos ao relator Herman Benjamin em relação aos depoimentos de delatores da Odebrecht e dos marqueteiros do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana e Mônica Moura.

Diante da lentidão do processo, o presidente do  Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Gilmar Mendes, sugeriu a realização de três sessões, objetivando a conclusão do julgamento nos próximos dias,  incluindo sábado se necessário.

Impactos

É importante lembrar que o período de maior instabilidade na bolsa começou depois da gravação vazada pelo dono da JBS, Joesley Batista, onde o presidente Michel Temer dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba. Com o acontecimento, o Índice da Bovespa apresentou uma queda de 10% em seu contrato para junho, entrando em circuit breaker - mecanismo de limite de perdas na bolsa, visando o pregão da B3, que abre às 10h. De acordo com informações da bolsa, essa foi a primeira vez desde 22 de outubro de 2008 que houve o acionamento do mecanismo.

Você viu?

Leia também: Banco do Brasil lançará recurso para cliente usar o WhatsApp em transferências

No mesmo dia que a gravação veio à tona, diferentes corretoras passaram a enviar a seus clientes, as regras sobre o mecanismo de interrupção de negócios, já se preparando para as baixas no mercado de ações.

O Banco Central (BC) e o Tesouro Nacional passaram a monitorar os impactos acerca dos acontecimentos políticos, além de adotarem medidas para diminuir os mesmos, assegurando assim, a liquidez do mercado. O BC ainda passou a monitorar as notícias propagadas pela mídia a fim de manter um funcionamento razoável no mercado financeiro.

Vale lembrar que diante da polêmica, a Presidência da República afirmou por meio de um comunicado que o presidente Michel Temer “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha". Além disso, a nota ainda ressaltou que Temer "não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.

Exterior

No mercado internacional, o ocorrido causou queda de mais 10% nas ações brasileiras negociadas em Nova York. O EWZ, fundo que reúne as principais ações brasileiras negociadas no exterior, fechou com uma retração de 14%. Já o dólar futuro disparou, atingindo o limite máximo permitido de R$ 3,3235 para o pregão.

Ao longo do pregão, a B3 informou que o dólar futuro tem limite de negociação diária de 6%, para cima ou para baixo, só podendo sair negócios dentro desse nível caso seja atingido.  O BC ainda comunicou a realização de leilão de swap cambial tradicional, ou seja, a venda de dólares no mercado futuro que ajudaria o ativo a segurar a alta ou a forçar uma queda da moeda. A oferta foi de 40 mil contratos por operação, com vencimentos em agosto e outubro deste ano e no primeiro mês de 2018.

Com isso e com o período de osclilações na Bovespa, o dólar também apresentou diferentes taxas, com acréscimos e decréscimos. No quinto mês do ano, registrou alta de 1,94% após fechar em queda de 0,79%, a R$ 3,2364, havendo um rigoroso monitoramento do mercado acerca do cenário político e das decisões sobre as reformas propostas pelo governo, em especial a da Previdência e a Trabalhista. Atualmente (8), o dólar está em R$ 3,2874, avanço de 1,03%, maior nível desde o acréscimo significativo de 8,06% obtido no dia 18 de maio.

Leia também: Pai acusa Shopping Higienópolis de racismo contra seu filho de apenas sete anos

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!