Enio Squeff afirma que seu filho de apenas sete anos foi vítima de racismo em shopping de São Paulo
Reprodução Facebook
Enio Squeff afirma que seu filho de apenas sete anos foi vítima de racismo em shopping de São Paulo


Que o racismo é crime inafiançável todo mundo já sabe, entretanto a impunidade e a falta de coragem de muitos em denunciar casos deste tipo fazem com que a discriminação racial persista no País. Ao contrariar as estatísticas e tentar fazer justiça o artista plástico e jornalista, Enio Squeff, usou o Facebook para relatar um fato ocorrido com ele e seu filho, uma criança de apenas sete anos.

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Squeff informou em entrevista ao Brasil Econômico que estava com o seu filho no Shopping Higienópolis, localizado em bairro nobre de São Paulo, após busca-lo no Colégio Sion , que fica em frente ao empreendimento. Ao parar para tomar um chá com a criança que é negra (e ele branco), foi abordado por um dos agentes de segurança do shopping. “Na abordagem a segurança perguntou se a criança, à minha frente, estava me incomodando”, afirmou ele explicando que o racismo é comum  no local. 

O consumidor, assustado com a pergunta respondeu que não e indagou a segurança, que também é negra, a razão de seu questionamento. A mesma respondeu que tinha ordem para não deixar crianças pedintes importunar os clientes do empreendimento.

O pai afirmou que, inconformado com a abordagem, questionou a profissional se ela “achava que o meu filho era indigente”. A agente de segurança afirmou que estava apenas cumprindo ordens e passou a se desculpar pelo fato.  “Falei que não era pra mim que ela tinha que pedir desculpa, e sim a ela. Eu sei que ela estava incorporando o racismo de seus patrões”.

“Ela achou que meu filho era pedinte porque ele é negro, não tem outra explicação”, enfatizou Squeff. O artista plástico explicou que no momento do ocorrido, o seu filho ficou sem entender e que após saíram do local ele perguntou o que tinha acontecido. “Ele perguntou: o que aconteceu papai?. Respondi que tinha brigado com a moça, pois ela falou besteira”.

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Repercussão

No dia, Squeff explicou que preferiu não procurar a ouvidoria, pois sabia que a funcionária seguia a instrução da administração. “Não queria tornar a situação pior. Se eu procurasse a ouvidoria, a segurança seria mandada embora, isso se já não foi”, disse o artista plástico.

O consumidor relatou o ocorrido à mãe da criança, que pediu providências. “Ela me pediu para denunciar, que ela quer uma retratação pública por parte do shopping”. O consumidor explicou que uma pessoa, uma mulher, entrou em contato com ela e “como era esperado” deu uma resposta padrão ao fato. “Ligou uma mulher dizendo que a profissional era inexperiente e que o shopping não deu ordem para tal fato”.

Enio Squeff ressaltou que o Shopping Higienópolis é conhecido pela segregação e que o caso dele não foi o único. O consumidor lembrou que em 2012 um grupo de manifestantes protestou contra a postura elitista e racista do local. Na época cerca de 300 pessoas entraram no empreendimento e com faixas e cartazes protestaram contra o espaço e a quase inexistência de negros no loca, a não ser para trabalhar.

Squeff informou que não houve retração oficial ou pública por parte do shopping e acredita que nem ocorrerá. “Eles não vão se retratar”. Caso a empresa que administra o empreendimento não peça desculpas pelo o que aconteceu, Squeff afirmou que vai procurar os meios legais para resolver a situação. “Vou fazer o boletim de ocorrência e recorrer ao meio jurídico”, afirmou ele.

Resposta

Procurada a assessoria do Shopping Higienópolis para comentar a denúncia de racismo pronunciou-se por meio de nota. "O Shopping Pátio Higienópolis  reforça que todos os frequentadores são sempre bem-vindos, sem qualquer distinção”.

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