Para algumas empresas, investir em treinamentos e desenvolvimento se tornou uma prioridade, devido ao trabalho de conscientização e a diferença que fazem para os resultados finais, impactando significativamente a longevidade das atividades.
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De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) elaborada em 2016, o volume de horas de treinamentos por colaborador no Brasil foi 33% maior do que o obtido no ano anterior, avançando de 16,6 horas para 22 horas, em média. Mesmo assim, ainda é possível notar que o País permanece atrás dos indicadores de empresas americanas, cujo as multinacionais realizaram 38% a mais do que as instituições nacionais.
A indústria é o setor que mais treina em volume de horas, com cerca de 24 horas por colaborador, enquanto o comércio é o que menos treina, com 15 horas por colaborador, em média.
Importância
Para o especialista em gestão de pessoas e diretor da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Alexandre Slivnik, para que um plano de treinamento seja eficiente é importante que algumas etapas sejam seguidas. ”A primeira fase é fazer adequadamente o Levantamento das Necessidades do Treinamento (LNT), pois é preciso entender objetivamente as necessidades reais da organização e também as competências a serem desenvolvidas em cada colaborador”.
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Depois desse passo, o especialista ressalta a relevância de criar um plano de ação de desenvolvimento, com trilhas de aprendizagem e objetivos de cada etapa, mensurando o retorno do investimento (ROI) após a aplicação do treinamento. “O que muitas organizações estão fazendo é proporcionar capacitações diferenciadas aos seus colaboradores, como, por exemplo, viagens de incentivo. Com isso, ao bater suas metas e objetivos, os colaboradores são premiados e as empresas aproveitam para colocar ações de desenvolvimento. Assim, eles podem aliar diversão, experiência prática e muito conhecimento”, explica.
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Outro ponto determinante para a qualidade e eficácia do treinamento é a possibilidade de o colaborador escolher o que pode impactar positivamente o seu desempenho. “É fundamental ouvir o que a equipe tem a dizer sobre o que deseja aprender, porém, a empresa precisa mapear as competências necessárias para cada cargo (com suas forças e fraquezas). Trata-se de uma via de mão dupla, onde as vontades de ambos devem estar conectadas para que o desenvolvimento, de fato, aconteça”, afirma Slivnik.
Tipos de treinamento
As capacitações também podem ser presenciais ou online, dependendo muito do perfil da empresa, dos funcionários e dos negócios. Entretanto, o diretor da ABTD ressalva que o ideal é não rotular todos como se fossem iguais. “Para algumas pessoas, o digital é mais efetivo do que o presencial. Por isso, é importante estudar a característica do grupo e direcionar para as ações mais efetivas. Em uma turma heterogênea, gosto sempre de sugerir a mescla entre presencial, vivencial e digital, o que hoje é chamado de “blended learning””.
Por fim, o especialista em gestão de pessoas evidencia a escassez do leque de treinamentos das empresas, uma vez que em meio a tantas possibilidades continuam investindo somente na capacitação técnica. ”Essa modalidade ainda é importante, porém, sem a questão comportamental aliada à questão técnica, o treinamento não é efetivo. A boa notícia é que já existe um processo de mudança e as empresas estão atentas à importância sobre a disseminação da cultura. Essas estão um passo à frente e, certamente, são as que, em um futuro breve, serão as mais amadas por seus colaboradores e clientes e, consequentemente, conseguirão melhores resultados”.
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