Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que no Dia das Mães, segunda data mais importante para o varejo nacional tanto em volume de vendas como em faturamento, 73% dos brasileiros, ou seja, sete em cada 10 farão pelo menos uma compra no período.

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De acordo com o SPC Brasil , mesmo que o percentual de consumidores que estimam ir as compras seja elevado, a maior parte deles alega receio em relação ao aumento nos gastos em comparação ao ano passado, procurando manter o orçamento livre de dívidas.

Desse modo, apenas 10% afirmaram ter intenção de desembolsar mais com os presentes, ante a 38% que dizem querer gastar a mesma quantia de 2016. Já 27% pretendem diminuir esses gastos. Os consumidores que não vão comprar nada na data comemorativa representam 25% da amostra, enquanto os indecisos 2%.

A estimativa ainda evidenciou que aproximadamente 109 milhões de brasileiros devem presentar alguém neste Dia das Mães, o que pode injetar cerca de R$ 14 bilhões nos setores do comércio e serviços.

SPC Brasil aponta que gasto médio do brasileiro no Dia das Mães será de R$ 127, diminuindo para R$ 112 entre os consumidores da classe C
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SPC Brasil aponta que gasto médio do brasileiro no Dia das Mães será de R$ 127, diminuindo para R$ 112 entre os consumidores da classe C

 “Há alguns sinais ainda incipientes de que o varejo deve iniciar uma trajetória lenta de recuperação a partir deste semestre. O Dia das Mães, como a data mais importante atrás do Natal, servirá de termômetro para confirmar ou não essa expectativa. De modo geral, a pesquisa demonstra que o brasileiro está cauteloso, mas ainda disposto a não deixar a data passar em branco”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

Economia e inadimplência

A urgência de economizar é o motivo mais mencionado por 46% dos consumidores que pretender gastar na data sazonal. Outras justificativas muito recorrentes são as dificuldades financeiras, com 29%, o cenário econômico instável e o aumento da inflação, com 23% e o endividamento, com 14%.

Em relação à minoria, que preveem um aumento em seus gastos com os presentes, a vontade de comprar produtos com qualidade elevada foi citada por 43%, enquanto que o encarecimento dos presentes foi mencionado por 40%. Diferentemente das alegações anteriores, 20% dos entrevistados afirmaram pretender gastar mais devido a uma melhoria na renda.

O levantamento também mostrou que três em cada 10 brasileiros ou 28% declararam ter contas atrasadas atualmente, destacando que muitos entre aqueles que estimam comprar algo na data, já extrapolaram o limite de endividamento. Vale ressaltar que esse percentual aumenta para 32% entre as pessoas da classe C.

Outro fator que demonstra um comportamento imprudente por parte dos compradores, é que 12% admitiram gastar mais do que podem para presentear as mães, tendo 3% deles ficado com o nome sujo por conta das compras realizada na mesma data do ano passado.

“O consumidor precisa fazer com que o presente caiba no orçamento. Antes de sair para as compras é essencial que ele analise suas contas e seus gastos básicos e defina com clareza o quanto pode gastar. Para evitar que uma data comemorativa leve o consumidor ao descontrole das finanças e acabe virando motivo de tristeza, ele precisa ser um consumidor planejado. A pesquisa de preços é uma grande aliada nesses momentos e será realizada por 75% dos compradores neste ano, pelo que apontou o nosso estudo”, ressaltou a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti.

Formas de pagamento

Mencionado por 65% dos entrevistados, o pagamento à vista foi considerado a primeira opção dos consumidores, sendo 58% em dinheiro e em 6%, no cartão de débito. O cartão de crédito também foi citado por 23%, seja em parcela única, com 7%, em várias parcelas, com 14% ou no cartão de loja, com 2%. Com isso, a média entre os que dividirão as compras é de quatro prestações por consumidor.

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Levando em consideração a soma de todos os presentes adquiridos, o gasto médio do brasileiro na data comemorativa será de aproximadamente R$ 127, diminuindo para R$ 112 entre os indivíduos da classe C. Entretanto, 52% ainda não sabem quanto irão gastar.

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Para 52% dos entrevistados, os produtos estão mais caros do que os obtidos no ano passado, o que para 65%, teve grande influência da crise econômica. Já 30% creditaram o aumento dos preços por ser uma data comemorativa, enquanto 5% alegaram notar uma baixa nos preços neste ano.

Outro fator destacado pelo levantamento é a estimativa de que 63% dos consumidores comprarão apenas um único presente, sendo a maioria deles da classe C, com 66%. Por outro lado, 23% desejam comprar dois presentes e 5% vão comprar três ou mais.

Produtos e locais

Segundo as entidades, os produtos mais procurados serão as roupas, com 26%, os perfumes, com 20%, os calçados, com 11%, cosméticos, com 8% e flores ou chocolates, com 7%. Produtos com ticket médio mais elevado, como eletrodomésticos e smartphones, foram apontados como preferência de apenas 5% e 3%, respectivamente.

Quanto aos locais de compras, os shopping centers foram os mais citados, detendo a preferência de 25% dos entrevistados. Na sequência aparecem as lojas de rua, com 20%, as lojas de departamento, com 7%, os shopping populares, com 7% e revendedores de cosméticos, com 4%. Entre os meios não presenciais, apenas 3% vão usar a internet para comprar o presente das mães e 24% ainda não se decidiram sobre o local de compra.

É importante lembrar que para a escolha do local, o preço foi apontado como fato determinante para 61% dos entrevistados, assim como a qualidade dos produtos ofertados, com 38% e as promoções e descontos, com 32%.

A intenção de presentear não apenas as próprias mães foi notada em 71% dos casos, sendo as esposas, sogras, filhas e avós as demais escolhas, com 16%, 11%, 6% e 6%, respectivamente. O destaque entre gêneros é que, além das mães, as mais presenteadas pelas mulheres serão as sogras, com 16%, e as esposas, no que se diz respeito à escolha dos homens, com 31%.

O velho hábito de deixar as coisas para a última hora não exclui as compras para o Dia das Mães, uma vez que 17% dos consumidores acham que comprarão no dia anterior ou no próprio dia da comemoração. Os que alegaram pretender comprar no início deste mês representam 42% dos entrevistados.

A pesquisa ainda mostrou que a celebração será principalmente em casa, com 40% ou na casa das respectivas mães, com 32%. Contudo, 8% desejam festejar o dia almoçando em restaurantes.

 “Compras de última hora quase sempre estouram o orçamento, pois na pressa de garantir o produto antes das festividades, acaba não sobrando tempo para pesquisar preços e analisar o orçamento pessoal. Ir às compras com calma e disposição incentiva compras mais inteligentes”, concluiu o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli acerca do da informação levantada pelo SPC Brasil.

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