A adoção de medidas de economia solidária como políticas públicas de Estado e não de governo para governo para garantir sua continuidade foram defendidas nesta terça-feira (25) por debatedores durante evento em Brasília. Para participantes do 4º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, a estratégia pode ser uma alternativa de geração de trabalho e renda em um momento de altas taxas de desemprego no país.
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A vice-presidente da Central de Cooperativas e Empreendimento Solidários (Unisol Brasil) e ex-diretora do Departamento de Incentivo e Fomenda à Economia Solidária do governo do Rio Grande do Sul, Nelsa Nespolo, disse que é preciso contar com políticos comprometidos com a sustentabilidade para fortalecer esta prática.
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"Não queremos políticas de governo, queremos políticas públicas de Estado, porque elas permanecem e as políticas de governo passam. Temos que ter governos comprometidos com esse público e esses trabalhadores. Quando um gestor está executando uma política social, ele está fazendo sua obrigação", disse Nelsa.
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O ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ex-titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo da prefeitura de São Paulo, Artur Henrique, também defende a adoção pelos municípios, de legislações que usem o potencial das compras públicas como meio para fortalecer o modelo de comércio solidário .
"Podemos utilizar mudanças na legislação para transformar a política pública. Não apenas uma decisão governamental que com uma canetada alguém resolve acabar com o que está em vigor, é uma lei aprovada que obriga o processo de licitação cumprir determinadas para priorizar micro e pequenas empresas e cooperativas", disse Artur Henrique.
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A secretária de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do governo da Bahia, Olívia Santana, acredita que, com o desemprego, o conceito possa se colocar como uma saída para garantir autonomia financeira. "Temos que entender a economia solidária como uma estratégia econômica fundamental de resistência a toda essa crise que estamos vivendo".
"Diante de um quadro de descenso do emprego formal é preciso priorizar, investir, não deixar regredir as políticas de geração de renda e os empreendimentos da economia solidária são fundamentais", defende Olivia. A opinião é compartilhada por Artur Henrique que também considera que, com o atual quadro de desemprego, o conceito se impõe como alternativa.
Olívia Santana avalia ainda que, nos momentos de crise, os projetos de economia solidária estão entre os primeiros a sofrer cortes orçamentários, quando deveria ocorrer o inverso. "É uma nova lógica diante do que está posto na economia capitalista". Realizado a cada dois anos, o Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável reúne gestores municipais e estaduais. Em 2017, o tema central é "Reinventar o financiamento e a governança das cidades".
* Com informações da Agência Brasil.