O Indicador de Demanda por Crédito do Micro e Pequeno Empresário de Varejo e Serviços constatou que 85% desses empreendedores não pretendem contratar crédito nos próximos 90 dias. A porcentagem contribuiu para a marca de 13,2 pontos no mês de março. O valor é três pontos percentuais a menos do que o somado em fevereiro, quando o índice bateu 16,2 pontos.
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O balanço foi realizado pelo Serviço de Proteção Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e varia entre zero e 100 pontos, sendo que a pontuação máxima significa maior demanda do empresário .
De acordo com as entrevistas elaboradas, dos 6% que não apresentaram interesse, 39% afirmaram que conseguem se manter com os próprios recursos. Outro motivo fortemente alegado são às altas nas taxas de juros, que foram citadas por 28% dos empreendedores entrevistados. A situação econômica do País foi consenso entre 18%.
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Análise
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, observa que o aumento pela demanda por recursos é viável através de políticas focadas em instruir o micro e o pequeno empreendedor sobre a importância do crédito. “A crise econômica constitui um fato a mais no baixo apetite tanto pelo crédito como por investimento, pois tomar dívidas de longo prazo ou promover a melhoria dos negócios requer boas expectativas sobre o futuro”, conclui Pinheiro.
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Difícil
Entre os entrevistados, cerca de 37% dos empresários compartilham da opinião que é difícil obter crédito, o excesso de burocracia foi citado por 48% desses empreendedores, enquanto que as altas taxas de juros foram citadas por 39%.
Por outro lado, 18% considera a contratação como algo fácil, 33% ressaltara que o bom relacionamento com o banco é um dos motivos pela avaliação, enquanto que 13% diz que é fácil porque possui documentos regularizados.
Investimento
No mês de março também foi apurado pelas instituições que 66% dos micro e pequenos empresários do varejo e serviços têm propensão a investir nos próximos 90 dias. O resultado de março mostra baixa em relação a fevereiro, por conta dos respectivos 28,4 e 34,3 pontos. Vale ressaltar que neste índice a variação é também entre zero e 100 pontos, e que a pontuação máxima significa maior demanda.
O motivo pelo comportamento cauteloso se deve – na maioria significativa, 43% - a identificação de não necessidade em fazê-lo. A crise econômica aparece em segundo lugar, com 30%, enquanto que a falta de recursos e/ou crédito foi mencionada por 12%.
No grupo dos que pretendem investir, contabilizado por 22% citam que a intenção é alavancar as vendas, pelo menos entre 49% dos empresários. Adaptação da empresa a uma nova tecnologia foi citada por 16%, mesma porcentagem registrada entre os empresários que justificam o investimento para atender crescimento na demanda.
O capital próprio é que vai gerir 60% dos investimentos planejados pelo empresário, devido aos altos juros bancários. Outra maioria apurada pelo SPC Brasil é a da ampliação dos estoques, que foi citada como o destino de 38% dos investimentos previstos.
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