De acordo com a Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) houve uma retomada no crescimento do setor de serviços na cidade de São Paulo neste início de ano. Um exemplo disso é a alta de 3,6% no faturamento real do setor em fevereiro, que foi de R$ 21 bilhões, cerca de R$ 737 milhões acima do valor apurado no mesmo mês do ano passado.
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A Fecomercio-SP evidenciou o resultado como o quarto maior montante para fevereiro desde o começo da série histórica, iniciada em 2010. Desse modo, o acumulado no ano ficou positivo em 2,9%, totalizando um faturamento real de R$ 48,5 bilhões.
A pesquisa também conta com dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico. Vale lembrar que o munícipio de São Paulo tem grande relevância para os resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, uma vez que representa aproximadamente 20% da receita total gerada no Brasil.
Atividades
Das 13 atividades avaliadas, cinco apresentaram alta no faturamento real em fevereiro se comparado ao mesmo mês do ano passado, garantindo assim, o bom desempenho do setor. O grupo serviços de saúde foi apontado como o maior destaque, com 27,6%, seguido de serviços bancários, financeiros e securitários, com 16,6% e agenciamento, corretagem e intermediação, com 8,4%. Juntos, contribuíram 5,6 pontos porcentuais para o resultado geral.
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Segundo a assessoria técnica da Federação, o crescimento das receitas dos serviços relacionados à saúde continua sendo impactado pelo aumento do desemprego, já que as pessoas tendem a antecipar consultas e exames enquanto possuem convênio médio, o que eleva a demanda. Além disso, há também a possibilidade de alta na demanda em detrimento de uma nova modalidade de prestação desse tipo de serviço, como por exemplo, clínicas particulares com preços populares.
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Em relação aos piores resultados, os destaques foram notados nas atividades de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados, técnico científico e construção civil, com taxas negativas de 18,2%, 17,7% e 7,2%, respectivamente. Juntos, prejudicaram em 1,3 ponto porcentual o resultado geral.
Para a entidade, o setor de turismo, em especial o de negócios – característico da cidade de São Paulo – foi significantemente impactado pela crise econômica, o que ocasionou a quinta queda consecutiva em suas receitas. Com isso, famílias e empresas passaram a realizar ajustes em seus orçamentos para auxiliar no corte de gastos. A queda do dólar também foi outro fator significante para os brasileiros, que voltaram a gastar mais no exterior.
Recuperação
Pelo segundo mês consecutivo, o setor de serviços obteve crescimento no seu faturamento real, apontando para um processo de recuperação, depois de um longo ciclo recessivo da atividade econômica. Vale lembrar que os resultados negativos vêm se desacelerando desde setembro do ano passado, intensificando essa tendência de recuperação.
Assim, a Fecomercio-SP aposta em sinais de melhora na economia brasileira, o que tem sido demonstrado com a queda da inflação e taxa de juros, o que também ajuda na confiança dos consumidores e empresários.
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