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A taxa básica de juros da economia, a Selic, foi novamente reduzida pelo Banco Central. Após reunião realizada nesta quarta-feira (12), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade realizar um corte significativo, diminuindo a taxa em 1 ponto percentual. Com a mudança, os juros básicos passam de 12,25% ao ano para 11,25% ao ano. Este é o menor valor para o índice desde outubro de 2014.

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O corte da taxa Selic foi ao encontro das projeções do mercado. Na segunda-feira (10), economistas consultados pelo BC para a publicação do Boletim Focus estimaram a redução para 11,25% ao ano. Especialistas ainda reduziram a aposta para a taxa ao final de 2017, passando de 8,75% ao ano para 8,50% ao ano. As estimativas são possibilitadas por conta do cenário de inflação controlada e próxima do centro da meta estabelecida pelo goveno.

Segundo o Banco Central, indicadores de atividade econômica permitiram a redução da taxa Selic para 11,25%
Marcos Santos/USP Imagens
Segundo o Banco Central, indicadores de atividade econômica permitiram a redução da taxa Selic para 11,25%

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o indicador ficou em 4,57% no acumulado de 12 meses até março. Em nota, o Banco Central afirmou que "o conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom permanece compatível com estabilização da economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017".

Para a economista-chefe da seguradora de crédito Coface, Patrícia Krause, o anúncio do Copom foi "uma medida moderada". Para ela, "a forte desaceleração do IPC [Índice de Preços ao Consumidor] poderia abrir espaço para uma redução ainda maior de juros, no entanto, o cenário político deve ter influenciado" a decisão do BC.

Patrícia explica que o objetivo do corte é "acelerar a queda dos juros finais, com o intuito de reduzir a alavancagem de famílias e empresas". Para a economista, no entanto, a medida não trará impacto imediato sobre o consumo. "Primeiro, as taxas na ponta final estão demorando muito para cair. Além disso, com o desemprego crescente, famílias não estão propensas a cair", explica.

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Para a professora mestre em Economia, Nilza Santos Siqueira, o estímulo para o consumo contribui também "para o avanço dos investimentos na capacidade produtiva. A medida que aumentamos o volume produzido mais recursos são gerados, mais postos de trabalho são criados, o que possibilita o aumento de consumo". Sobre as projeções da taxa de juros para o restante do ano, Nilza afirma que "a tendência é de diminuição, mas o limite depende da reação do mercado e da estrutura macroeconômica do país".

A Selic, a taxa básica de juros, serve de referência para outras taxas. Ao reajustá-la para cima, o BC segura o excesso de demanda, que pressiona os preços, já que os juros mais elevados encarecem o crédito. Por outro lado, quando apresenta redução, o Copom barateia o crédito e estimula o consumo. No entanto, a estratégia reduz o controle do governo sobre a inflação.

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