O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta sexta-feira (24) que reformas estruturais, como a da Previdência, são importantes para reduzir a taxa de juros e estimular o crescimento econômico. Durante aula inaugural do curso de graduação em economia da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (EPGE-FGV), Goldfajn defendeu que a atual política econômica está na direção certa.
Leia também: Projeção do deficit das contas externas aumenta para US$ 30 bilhões
Segundo ele, a reforma da Previdência ajudaria o País a alcançar uma taxa de juros neutra, que incentive o crescimento da economia e não gere inflação. O governo federal projeta crescimento maior da economia no último trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo a estimativa, deve crescer 2,5% entre outubro e dezembro.
Leia também: Percentual de cheques devolvidos se mantém estável em fevereiro
Você viu?
"De fato, [a economia] está andando", disse Goldfajn. "A gente não está mais andando para trás. As políticas não estão gerando distorções. Estamos no caminho certo". O objetivo do Banco Central é trazer a inflação para a meta de 4,5% definida pelo governo. Para alcançar o objetivo, o BC utiliza instrumentos clássicos, como a redução ou aumento da taxa básica de juros (Selic) no curto prazo.
Para Goldfajn, a ancoragem de expectativas é relevante. "Não adianta olhar para o passado. A política monetária tem que olhar para a inflação para a frente". O presidente do BC disse que o País tende a apresentar uma inflação abaixo da meta no meio do ano, mas lembrou que, nos meses seguintes, a taxa deverá voltar a subir. "A inflação hoje está ancorada. Em consequência disso, pode-se começar o processo de flexibilização da política monetária, que significa baixar os juros", explicou Goldfajun.
Taxa de juro neutra
Goldfajn acrescentou que não sabe para onde vai a taxa de juros neutra estrutural da economia. O presidente do BC afirmou que a mudança depende de outros fatores, como a realização das reformas, de ajustes, de redução do risco Brasil, da eficiência do BC e do próprio sistema financeiro, além do crescimento da produtividade.
Leia também: Meirelles afirma que governo faz o "máximo" para evitar alta em impostos
Para alcançar os objetivos, Goldfajn defendeu a reforma da Previdência e disse que o Banco Central trabalha com uma agenda BC+, que tem dois eixos. Um deles visa alcançar a meta da inflação e o outro a eficiência do sistema financeiro. Segundo ele, essa estratégia se baseia na cidadania financeira, que tem o objetivo de incorporar as pessoas que entraram no mercado bancário por meio da educação financeira, e uma legislação mais moderna, que inclui a lei de autonomia do banco, por exemplo.