O Brasil tem cerca de 12,9 milhões de pessoas em situação de desemprego , segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, a expectativa de contratação segue negativa. Entre abril e junho deste ano, a intenção de recrutamento em todo o País segue negativa, segundo pesquisa do ManpowerGroup. Por esse motivo, é imprescindível falar sobre como organizar as finanças caso você perca o emprego.
Para o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, se para quem já está sem emprego
há o medo, a situação é ainda pior para quem acabou de ficar desempregado. No entanto, o especialista alerta que, em momentos como este, é preciso estar centrado. "Sempre afirmo que é com os tombos que aprendemos a andar. Assim, é hora de buscar uma reestruturação financeira para atravessar esste período e, posteriormente, estar prevenido para imprevisto", explica. Domingos oferece algumas dicas para profissionais se organizarem financeiramente caso percam seus trabalhos:
1) Dívidas
Caso esteja endividado, o profissional deve pensar duas vezes antes de quitar as contas com o dinheiro do fundo de garantia. Segundo Domingos, isso pode ser um erro, já que se usar uma parcela muito grande deste valor, estará sob o risco de ficar sem receita para cobrir gastos futuros. Por isso, busque um planejamento mais adequado em relação ao dinheiro que será liberado antes de adotar qualquer medida.
2) Reserva de emergência
O desempregado precisa ter dinheiro guardado para as despesas, mas, quando possível, também para investir em cursos e retomar a carreira. O especialista recomenda que a primeira ação a ser tomada é reter os valores ganhos com o fundo de garantia, seguro desemprego e férias vencidas, para só movimentar valores após estabelecer uma estratégia.
3) Analise sua realidade
Em situações de desemprego, o ideal é ter domínio total dos seus números. Para chegar a tal controle, é fundamental saber o valor que possui guardado e somar o que será ganho. Além disso, o profissional deverá fazer um levantamento detalhado dos gastos mensais, desde o dinheiro gasto com o cafezinho até a parcela da casa própria. Também inclua na lista, dívidas e parcelamentos, se existirem. Ter todos os dados à disposição pode ajudar a localizar quais gastos podem ser cortados neste momento.
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4) Ferramentas de crédito
Momentaneamente, cartões de crédito, cheque especial, cartões de lojas e outras ferramentas de crédito podem mais atrapalhar do que ajudar. Enquanto desempregado, evite estas opções mesmo em casos de emergência, pois, há uma possibilidade significativa de você não conseguir pagar os valores das faturas, os juros serão exorbitantes, criando um difícil caminho de volta.
5) Negocie as dívidas
Se o pagamento das dívidas está se tornando algo inviável, vale a pena buscar os credores e ser o mais franco possível. Para Domingos, uma boa saída é "mostrar que não quer se tornar inadimplente, mas que também não possui condições de pagamento". O objetivo das conversas é buscar diminuir os juros e esticar os débitos, lembrando sempre de priorizar dívidas com juros mais elevados e com bens de valor como garantia.
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6) Fuja dos exploradores
O especialista lembra que, por mais que a situação possa ser desesperadora, existem pessoas mal-intencionadas que tentarão se aproveitar de um momento de desespero. "Não permita abusos. Muitos tentarão tirar proveito de sua fraqueza para tentar obter vantagens. Evite promessas e garantias descabidas", diz Domingos, que lembra que em algumas situações, é melhor estar com o nome sujo do que ser explorado por outras pessoas.
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7) Recolocação no mercado
Por fim, o objetivo deve ser buscar o mais rápido possível a recolocação profissional. Utilize sua rede de contatos e se posicione como alguém à espera de um novo emprego. "Lembre-se, as oportunidades geralmente aparecem para quem está atrás dela. Esqueça o desânimo, levante a cabeça e olhe para o futuro", explica Domingos.