A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá terminar 2017 abaixo do centro da meta anunciada pelo governo, de 4,5%. A projeção foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou, nesta sexta-feira (10), a Carta de Conjuntura para o primeiro trimestre do ano. Apesar da informação, o órgão não divulgou uma estimativa específica para o IPCA.
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Segundo o Ipea, os preços administrados, como energia, transporte e outras tarifas públicas, terão leve alta este ano, após registrarem deflação no ano passado. O fenômeno poderá fazer com que a inflação do último trimestre de 2017 seja um pouco elevada, mas em ritmo insuficiente para ultrapassar o centro da meta. O setor de serviços também deve se beneficiar não apenas pelo baixo dinamismo do mercado de trabalho, como também da alta menor do salário mínimo deste ano.
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"Dentro deste contexto, com a incorporação dos próximos resultados do IPCA, cujas variações se manterão bem abaixo das registradas no ano anterior, a curva de inflação em 12 meses recuará ainda mais", afirma a técnica de planejamento e pesquisa do Ipea Maria, Andréia Parente.
Alimentos
A expectativa do Ipea é que os índice de preços continuem desacelerando durante os próximos mees, graças ao comportamento dos preços livres. O órgão afirma que o destaque desta categoria é o preço dos alimentos, que deve subir menos em 2017 e, em alguns casos até apresentar queda, como resultado do aumento de safra de grnaos e de oleaginosas e da não ocorrência de fenômenos climáticos nas principais regiões produtoras, como os verificados nos últimos dois anos.
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Entre os fatores externos que podem influenciar a inflação de 2017, está os preços das commodities (bens primários com cotação internacional), que devem estacionar nos próximos meses por conta de três fatores principais, segundo o Ipea. A extração de petróleo, que deverá ser contrabalançada pelo aumento da produção norte-americana de petróleo de xisto, as safras nos hemisférios Sul e Norte, que aumentarão, e a decisão da China de refrear o crescimento econômico, o que deve retrair a demanda global por minério de ferro.