Dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (7) sinalizam que o Produto Interno Bruto (PIB) fechou 2016 em retração de 3,6% na comparação com o ano anterior. A segunda queda consecutiva a economia brasileira – em 2015 a queda foi de 3,8% –confirma pior recessão econômica vivida pelo País.
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Resultado similar do PIB foi visto no Brasil apenas nos anos de 1930 e 1931quando os recuos foram de 2,1% e 3,3%, respectivamente. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou durante a Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social na manhã desta terça-feira (6), em Brasília, que o novo resultado negativo é reflexo “de uma série de políticas que levaram a economia a enfrentar a maior crise da sua história”.
No último trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre anterior e teve queda de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Dando continuidade a postura de que o Brasil está saindo da recessão econômica, Meirelles afirmou que ao se comparar os resultados de endividamento das empresas e das famílias no começo de 2016 e no final, é possível evidenciar essa tendência de recuperação. “Um dado importante é do endividamento das empresas. Esse indicador teve um pico no começo de 2016, porém em um ano, caiu de forma sistemática e isso é uma pré-condição para o País crescer”, disse.
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Retomada
Meirelles ressaltou que o mesmo ocorreu com o endividamento das famílias. “Isso representa que as empresas e as famílias já pagaram percentual importante de suas dívidas. O fato é que estamos passando pelo segundo processo, que é o processo de voltar à tomada de empréstimos aumentando o consumo e voltando a crescer”, enfatizou o ministro.
Ainda segundo Meirelles, o País passou por situações não usuais, ao explicar que mesmo com a grande ociosidade de mão de obra apresentou inflação e juros acima da média. “O mais comum é que quando há grande ociosidade no mercado de trabalho é trabalhar com um cenário de inflação muito baixa, quase em situação de deflação”, explicou ele.
A projeção para o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) para este ano, segundo o governo, é de crescimento de 1%. O mercado estima um resultado positivo, porém bem tímido de 0,49%.
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