Brasil Econômico

A retração econômica vivida nos últimos meses fez com que milhões de brasileiros perdessem seus empregos, o que forçou muitos a buscarem alternativas para continuarem pagando suas contas. Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) pelo Serviços de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 37% dos profissionais desempregados recorrem a trabalhos temporários para se manter neste período.

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Em seguida, estão ajudas financeiras de amigos ou familiares (37%) e o seguro-desemprego (10%). Entre os trabalhos temporários encontrados por profissionais  desempregados , os mais comuns são serviços gerais (18%), revenda de produtos (15%) e serviços de beleza (11%). Apesar de uma parcela considerável realizar trabalhos informais, a maioria (56%) afirma que está sendo difícil de encontrar até mesmo este tipo de serviço. Apenas 6% dos entrevistados consideram fácil arrumar os famosos bicos.

Para presidente do SPC, é necessário realizar mudanças para estimular retorno de profissionais desempregados ao mercado
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Para presidente do SPC, é necessário realizar mudanças para estimular retorno de profissionais desempregados ao mercado

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O levantamento também apontou que 73% dos entrevistados afirmaram ter diminuído seu padrão de vida por conta do desemprego. Apenas 8% afirmaram não ter sofrido dificuldades financeiras, o que permitiu manter o padrão de consumo. Cerca de 39% dos entrevistados afirmaram ter continuado com o mesmo padrão de vida por até três meses após a demissão. Por outro lado, 15% deles não conseguirem nem mesmo por um mês.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junio, novas formas de contratação devem ser discutidas para incentivar o retorno destes profissionais ao mercado. "Um País sem emprego é um País fragilizado, sem forças para reagir. É necessário que modelos de contratação alternativos sejam discutidos por lideranças políticas, empresários e sociedade civil com o fim de criar novos postos de trabalho", avalia.

Reserva financeira

O brasileiro, de modo geral, não tem costume de guardar dinheiro para imprevistos. A pesquisa revelou que a situação entre desempregados é ainda pior: cerca de 79% afirmam não possui reserva financeira, poupança ou investimento. Entre os que possuem reservas, 68% não sabem ao certo qual o valor têm disponível. Os principais motivos apontadso para guardar dinheiro são imprevistos como desemprego (39%), doença ou morte (31%) e garantir um futuro melhor para a família (19%).

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Segundo o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o brasileiro precisa adquirir o hábito de guardar dinheiro para momentos de dificuldade, como ficar desempregado, por exemplo. "É importante que, durante uma situação de conforto, a pessoa cultive o hábito de guardar uma quantia que seja proporcional à sua realidade. Em momentos de necessidade, como a crise que estamos vivendo, essa reserva pode fazer toda a diferença", explica.

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