Especialista fala sobre Indústria 4.0 e reinserção no mercado de trabalho
Veja como a Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial tem afetado o mercado de trabalho brasileiro e o funcionamento de diferentes empresas
Por Mayara Rozário | - Brasil Econômico |
Muito se tem falado em Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, termo abrangente a manufatura avançada e a tecnologias que auxiliam na troca de informações e no suporte do desenvolvimento de produtos por meio da inteligência artificial. Originada na Alemanha, tem causado impactos mundiais em relação ao mercado de trabalho e a recolocação dos trabalhadores, ao substituir a mão-de-obra humana por máquinas e robôs.
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Sendo um acontecimento recente, a Indústria 4.0 engloba pilares como a descentralização dos sistemas de empresas, sem necessidade de intervenção humana, o oferecimento de serviços por meio de computação em nuvem, além de uma produção rápida e flexível como principais fontes de seu funcionamento.
Segundo o consultor de carreira, Emerson Weslei Dias, apesar de causar influências mundiais, os efeitos da Quarta Revolução Industrial ainda não foram sentidos intensamente no Brasil devido ao seu atraso na inserção de novas tecnologias físicas e digitais no mercado de trabalho. “Na prática o que vemos no Brasil é uma distorção. A indústria não teve uma modernização ou fez investimentos, ainda possui maquinários e processos muito defasados. O País ainda não sofreu os impactos da manufatura avançada, mas de fato, irá”.
Crise do emprego
Pesquisas desenvolvidas por entidades americanas já apontam profissões relacionadas a Indústria 4.0 como as mais bem cotadas do mercado, como é o caso de cientistas de Big Data. Por outro lado, profissões como repórteres de jornais impressos tem se tornado cada vez menos cotadas, já tendo profissionais substituídos por máquinas que apuram e organizam informações. “Essa revolução tem causado desemprego em diferentes áreas de atuação e muito da conservação dos trabalhos parte das demandas da nova geração. Será que vão voltar a ler notícias impressas em papel? Não se pode prever, apesar de as funções serem as mesmas, porém com aplicações distintas”, explicou Dias.
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O especialista também destacou a dificuldade de alocação de profissionais no mercado de trabalho, sendo o setor de serviços, a agricultura e principalmente a indústria, as áreas mais afetadas. Devido a isso, empresas de diversos portes tem diminuído suas equipes, recorrendo a tecnologia para a execução das funções antes feitas pelos mesmos.
Reinserção no mercado
Segundo o IBGE, atualmente o Brasil tem cerca de 12,9 milhões de desempregados, pior resultado desde 2012. Com isso, a reinserção no mercado de trabalho também se torna um grande desafio, principalmente para os profissionais que perderam seus respectivos trabalhos para máquinas e serviços tecnológicos de alta eficiência.
Para Emerson Weslei Dias é importante que os trabalhadores busquem adequar seus conhecimentos a outras áreas, e caso isso não seja possível, procurem recorrer a uma nova qualificação por meio de cursos e treinamentos. “Das revoluções que já ocorreram, a Indústria 4.0 foi a mais rápida e por isso a reinserção no mercado é algo fundamental. Existem muitos cursos e informações gratuitas que podem ajudar o trabalhador a expandir seu currículo. O que não pode acontecer é insistir por muito tempo em uma profissão que possivelmente possa sumir do mercado. Nesses casos, a migração e alocação de competências para outros âmbitos é uma opção viável”.
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