Intransigências em negociação salarial  marcam reunião entre empresas de TI

Sétima rodada da Campanha Salarial 2017 de empresas e profissionais de TI abordou temas como aumento salarial, auxílio-creche e alta no vale-refeição

Durante negociação, empresas destacaram proposta de limitar reajuste fatiado a um teto salarial
Foto: iStock
Durante negociação, empresas destacaram proposta de limitar reajuste fatiado a um teto salarial

 Na quinta-feira (23), aconteceu a sétima rodada da Campanha Salarial 2017 dos trabalhadores de tecnologia da informação (TI) do Estado de São Paulo. A negociação, emperrada pela intransigência dos empregadores foi interrompida para a execução de cálculos e a discussão de propostas por parte dos representantes das empresas presentes.

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Após  o debate entre as empresas , a oferta patronal registrou um índice de reajuste de 6,29%, resultado ainda abaixo do previsto pelo Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd). Sem a ocorrência de aumento real, a diretoria do Sindicato encerrou as negociações, buscando um consenso junto da comissão patronal. "Encerramos as negociações e vamos consultar a categoria", afirmou o presidente do Sindpd, Antônio Neto, ao final dos debates.

Parcelamento

Durante a reunião, a comissão do sindicato das empresas (Seprosp) se mostrou disposta a buscar por achatamento de salários mesmo com a posição do presidente do Sindpd de não aceitar o fatiamento do reajuste. Com isso, a comissão patronal propôs um aumento parcelado de 5% em janeiro e outro de 1,29% em novembro, além do abono de 8%.  

"A premissa de vocês está errada, a gente não quer parcelar o índice de inflação, vou repetir isso mais uma vez. E vou lembrar que na mesa do ano passado vocês se comprometeram que isso não voltaria a ocorrer neste ano e que ainda poderiam complementar as perdas que tivemos", ressaltou Antônio Neto.

Ainda tentando se adequar as imposição do presidente da Sindpd, a comissão patronal propôs que o índice ofertado passasse para 5,2% a partir de janeiro e 1,09% em novembro juntamente de um abono de 12% estipulado para agosto. "A premissa continua errada. Nós não queremos o fatiamento de jeito nenhum e, além disso, ainda está muito abaixo do índice que estamos querendo", rebateu Neto.

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Tentativas

Diante do recuo da comissão salarial em relação ao reajuste fatiado, as empresas destacaram a proposta de limitar o mesmo a um teto salarial. Assim, a comissão do Seprosp apresentou a oferta de 6,29% de reajuste válido a partir do primeiro dia do mês de janeiro, em parcela única.

Embora o índice estivesse equiparado à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2016, o reajuste seria aceito somente para trabalhadores com salários de até R$ 10 mil. Para aqueles que ganham um valor acima desse teto, a negociação deveria ocorrer entre os próprios empregados e empregadores.

A diretoria do Sindpd chegou a fazer uma nova contraoferta aos empresários, reivindicando 7,5% de reajuste, o que poderia garantir a correção da inflação e uma alta nos salários dos funcionários. A comissão patronal chegou a modificar novamente sua oferta, sugerindo 6,29% de reajuste salarial sem o teto de R$ 10 mil, sendo válido para todos os trabalhadores.

No entanto, o Sindpd manteve sua posição em defesa do aumento real,  com propostas distintas de 7,5% para os que ganham até R$ 10 mil ou 7% para toda a categoria, sem que houvesse teto salarial. Por fim, a comissão patronal comunicou que a oferta não seria elevada para além dos 6,29%.

Outros pontos

Na negociação entre as empresas, outras discussões como a defesa do aumento do vale-refeição para R$ 20 para trabalhadores com jornada diária de 8 horas e de R$ 18 para 6 horas e a elevação do auxílio-creche para 40% foram levantadas pelo Sindpd. A ampliação de pisos salariais para todas as áreas, também foi outro ponto abordado.

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