Após registrar lucro recorde em 2015, o Banco Central (BC) encerrou 2016 com o primeiro prejuízo em oito anos, ou seja, desde que a nova metodologia foi aplicada. O resultado registrado pela autoridade monetária no ano passado foi de R$ 9,5 bilhões em perdas operacionais.
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Os prejuízos, no entanto, não ficaram somente na parte contábil. O BC também perdeu R$ 240,3 bilhões com as operações cambiais, compostas pela administração das reservas internacionais e pelas operações de swap cambial (compra e venda de dólares no mercado futuro). A perda total, considerando ambos os prejuízos, somou R$ 249,8 bilhões em 2016. Desde 2008, o banco registra os resultados operacionais e cambiais de forma separada.
A aprovação do balanço com as contas da instituição foi aprovado nesta quinta-feira (23) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No primeiro semestre, o Banco Central havia registrado perdas operacionais de R$ 17,3 bilhões e perdas de R$ 184,6 bilhões com as operações cambiais. No segundo semestre, o órgão teve lucro operacional de R$ 7,8 bilhões e perdas de R$ 55,7 bilhões com as operações cambiais.
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Em relação ao prejuízo operacional de R$ 9,5 bilhões, Arthur Andrade, chefe do Departamento de Contabilidade e Execução Financeira do Banco Central, explicou que a queda do dólar fez com que o passivo (obrigações) do banco em moedas estrangeiras tivesse um aumento. O problema, segundo Andrade, ocorreu inteiramente no primeiro semestre.
A queda de 17,69% do dólar em 2016, que reduziu o valor em reais das reservas internacionais, atualmente em US$ 374,5 bilhões, foi responsável pelas perdas cambiais registradas no ano. Em 2015, quando a divisa tinha subido 48%, o Banco Central tinha registrado ganhos recordes de R$ 157,3 bilhões com as operações cambiais.
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O Tesouro Nacional cobriu os resultados do primeiro semestre em dezembro de 2016 e janeiro deste ano. Já os resultados do segundo semestre serão cobertos da seguinte maneira: o BC repassará o lucro administrativo de R$ 7,8 bilhões ao Tesouro Nacional nos próximos dez dias e o Tesouro cobrirá as perdas cambiais da autoridade monetária até o décimo dia útil de 2018.