A crise econômica poderá fazer 3,6 milhões de brasileiros voltarem para níveis abaixo da linha da pobreza até o fim do ano. A estimativa é do Banco Mundial, que divulgou pesquisa sobre o impacto da recessão no nível de renda do brasileiro. A projeção considera que o ano-fiscal 2016/2017, que considera do segundo semestre de 2016 ao primeiro semestre desse ano, encolherá 1%.
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Em um cenário mais otimista sobre a crise econômica , que prevê crescimento de 0,5% da economia nesse período, o total de pobres subiria em 2,5 milhões, segundo o Banco Mundial. Pelos critérios do estudo, são consideradas abaixo da linha da pobreza pessoas que vivem com menos de R$ 140 por mês.
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De acordo com o Banco Mundial, a maior parte dos "novos pobres" virá das áreas urbanas. O aumento da pobreza na zona rural, segundo o estudo, será menor porque as taxas de vulnerabilidade já são elevadas no campo. O estudo também analisou o impacto do aumento da pobreza sobre o programa Bolsa Família e afirmou que 1,16 milhão de famílias passariam a depender do benefício na previsão mais pessimista.
Atualmente, o programa atende a 14 milhões de famílias, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Em seu levantamento, o Banco Mundial recomenda que para fazer frente à crise, o País precisa expandir o Bolsa Família, "que passará de um programa redistributivo eficaz para um verdadeiro programa de rede de proteção flexível o suficiente para expandir a cobertura aos domicílios de 'novos pobres' gerados pela crise", destacou o estudo.
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Segundo o Banco Mundial, o Brasil conseguiu construir uma das maiores redes de proteção social do mundo. A instituição recomenda que o orçamento do Bolsa Família cresça acima da inflação para ampliar a cobertura e atender a um número crescente de pobres. No cenário mais otimista, o programa deveria subir 4,73% acima da inflação acumulada entre 2015 e 2017. Na previsão mais pessimista, a alta deveria ser 6,9% superior à inflação.
Em termos nominais, o orçamento do Bolsa Família subiria de R$ 26,4 bilhões no fim de 2015 para R$ 30,4 bilhões este ano na simulação que considera crescimento econômico e para R$ 31 bilhões no caso de um novo encolhimento da economia. O estudo não considerou o efeito da introdução do teto para os gastos públicos, que entrou em vigor este ano, mas avalia que o ajuste fiscal não seria comprometido com a ampliação do Bolsa Família.
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“O ajuste fiscal que vem sendo implementado no Brasil pode ser alcançado praticamente sem onerar ou onerando muito pouco a população pobre”, destacou o Banco Mundial em sua pesquisa sobre a crise econômica. “A despeito das limitações no espaço fiscal a médio prazo, existe uma grande margem para ampliar o orçamento para os elementos mais progressivos da política social, remanejando verbas de programas de benefícios e melhorando a eficiência do gasto público.”
* Com informações da Agência Brasil.