Os indicadores da indústria nacional continuam sendo afetados pela recessão, marcada pelo fraco desempenho do comércio exterior e a diminuição da demanda interna. Essa conclusão é baseada na análise Carta de Conjuntura divulgada nesta segunda-feira (16) pelo Grupo de Estudos de Conjuntura do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea).
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Motivado pela recessão , o indicador “consumo aparente da indústria geral”, por exemplo, teve queda de 1,5% no último mês de novembro em relação a outubro, na série com ajusto sazonal, elevando a queda acumulada nos primeiros onze meses de 2016 para 10%.
O consumo aparente (CA) equivale à produção industrial doméstica, acrescida das importações, menos as exportações. A queda no acumulado de 2016 é muito superior à queda estimada para a produção industrial, de 6,7% conforme o último boletim Focus.
“Além da forte queda da produção até novembro de 2016, a oferta final de bens industriais na economia brasileira (outra definição possível para os indicadores de CA) tem sido negativamente afetada pelo desempenho do comércio exterior”, informa a publicação.
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A trajetória das importações se manteve negativa em 2016 e a recuperação do setor exportador observada em 2016, em termos das quantidades vendidas ao longo do ano, também contribui para a redução do consumo aparente.
“Se, por um lado, o fraco desempenho do CA de bens industriais evidencia os efeitos negativos da recessão sobre a demanda interna, por outro, o ajuste do setor externo normalmente associado a cenários envolvendo a deterioração da atividade econômica e movimentos defasados de desvalorização cambial tem ocorrido como esperado”, avalia Leonardo Mello de Carvalho, especialista em atividade econômica do Ipea e um dos autores do documento.
Segundo a análise, apesar de a produção industrial doméstica ter crescido na margem em novembro, o desempenho do comércio exterior afetou negativamente o consumo aparente. No acumulado do ano, enquanto a produção doméstica registrou queda de 6,6%, o consumo aparente retraiu-se 10,2%, na mesma base de comparação.
Também é apresentado na análise o desempenho recente da variação do consumo aparente nas indústrias extrativa-mineral e de transformação, além de apresentar o cenário por grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários, bens de consumo duráveis e bens de consumo semi/não duráveis.
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Os resultados de novembro da categoria bens de consumo duráveis mostraram alta de 2,7% na margem e são o destaque positivo da análise, mesmo com a recessão. No acumulado do ano, porém, o setor tem o pior resultado, com retração de 20,6%.