A redução na taxa básica de juros (Selic), anunciada na quarta-feira (11) pelo Banco Central (BC) – o maior corte da taxa básica de juros desde 2012, foi bem recebida por entidades do segmento de comércio e serviços. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a aceleração da queda dos juros básicos auxiliará na recuperação da economia. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) também se pronunciou sobre a redução da Selic, afirmando que , “o BC acertou ao reduzir a taxa para 13% ao ano, diante de um cenário que considera muito mais estável do que no passado recente”.
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Em nota, a CNI informou que o corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic foi acertado devido ao momento atual, em que a inflação está baixa e a produção e o consumo encontram-se estagnados. Segundo a entidade, a redução de juros possibilitará a diminuição do endividamento de empresas e de famílias, porém, considera que os juros só permanecerão baixos no médio e no longo prazo se o governo cortar gastos e continuar promovendo medidas que atuem no equilíbrio das contas públicas.
“A indústria considera que a redução significativa dos juros é importante para recuperar as condições financeiras das empresas e das famílias e abrir caminho à reativação dos investimentos, do consumo, da produção e do emprego. Com isso, a emenda constitucional que estabelece limites para o crescimento dos gastos do governo deve ser complementada com outras ações, como a reforma da Previdência Social, que busquem o controle da dívida pública e a estabilização da economia” apontou o comunicado da CNI.
Para a Fecomercio -SP, no entanto, o processo de corte de juros poderia ter começado um pouco antes, mas isso não o torna menos positivo para que o ciclo de queda de juros mantenha o ritmo. Segundo a Federação, a redução da taxa Selic juntamente de medidas como, por exemplo, a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) do teto de gastos e as reformas da Previdência trabalhista, “são fatores relevantes no curto prazo para o ajuste macroeconômico”.
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A Fecomercio-SP estima que com o fim da transitoriedade da autoridade do Banco Central e com a inflação em queda, as autoridades econômicas terão mais possibilidades para adotarem medidas que auxiliem na redução dos juros, sem comprometer o controle inflacionário nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
Considerando a consolidação dos primeiros passos da reforma fiscal, a inflação de 2016 abaixo do teto estabelecido e a expectativa de crescimento menor em 2017, a Fecomercio RJ se posicionou sobre que a redução da taxa básica de juros, definindo-a como bem-vinda. Para a Federação, reduzir o custo do crédito é essencial tanto para retomada dos agentes econômicos quanto para a recuperação do consumo e dos investimentos.
Força Sindical
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também elogiou a redução da Selic, mas ressaltou estimar uma diminuição ainda maior. Para ele, “o Copom acertou no remédio ao decidir pelo corte na taxa básica de juros, mas errou na dose. Manter a Selic em patamar elevado resulta em consequências danosas para o setor produtivo e para os trabalhadores, como o aumento do desemprego”.
Silva acredita que a redução da Selic, apesar de positiva, é insuficiente e que os altos juros contribuem ainda mais para que grandes banqueiros e rentistas detenham cada vez mais renda. E que para retomar o crescimento econômico, o País precisa investir no fomento da produção, na geração de empregos e na distribuição de renda.
* Com informações da Agência Brasil
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