Pelo segundo ano seguido, a caderneta de poupança terminou 2016 com saldo negativo. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central (BC), os brasileiros sacaram R$ 40,7 bilhões a mais do que depositaram. Os principais motivos para o resultado foram a queda da renda e a perda da atratividade frente a outras aplicações.
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A retirada líquida foi menor que o apresentado em 2015, quando os saques superaram os depósitos em R$ 53,6 bilhões. A poupança
vem registrando saldos negativos com frequência desde o ano passado por conta da crise econômica e do aumento do desemprego, que fazem muitas pessoas recorrerem às suas contas para quitar dívidas e pagar contas.
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Apesar do saldo negativo no acumulado do ano, os dois últimos meses de 2016 indicaram recuperação da aplicação. Em novembro, os depósitos superaram os saques em R$ 1,9 bilhão e, em dezembro, o saldo ficou positivo em R$ 10,7 bilhões. Os resultados foram causados, principalmente, pelo pagamento da segunda parcela do décimo terceiro, aumentando o volume de recursos disponíveis para a poupança.
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A captação líquida em dezembro foi a segundo maior já registrada para o mês, ficando abaixo apenas de dezembro de 2013, quando a captação ficou em R$ 11,2 bilhões. A melhoria da rentabilidade e a queda da inflação ajudam a explicar a queda da fuga de recursos nos últimos meses do ano.
No ano passado, a caderneta rendeu 8,3%. Até novembro, a inflação em 12 meses estava em 6,98%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O cenário foi um pouco melhor do que o registrado ao final de 2015, quando a aplicação terminou o ano com rendimento médio de 8,07%, abaixo da média IPCA de 10,67%.
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Rentabilidade
Apesar de estar rendendo um pouco mais e oferecer isenção de Imposto de Renda, a caderneta continua com rendimentos inferiores a outras aplicações. Segundo levantamento recente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os fundos de renda fixa com taxa de administração de até 2,5% são mais rentáveis que a poupança para aplicações de um a dois anos.
* Com informações da Agência Brasil.