
Após anunciar a reestruturação de suas operações no começo desta semana, o Banco do Brasil assegurou nesta quarta-feira (22) que não vai obrigar funcionários a aderir ao programa de redução de jornada de trabalho, o que resultaria na redução do salário.
A afirmação veio como garantia dada a representantes de sindicatos que passaram o dia reunidos com a direção da instituição financeira para discutir o plano de reestruturação do banco.
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No domingo (20), o BB anunciou as mudanças operacionais que pretendem economiar mais de R$ 70 milhões, mudanças essas que inclui: a implementação do plano de aposentadoria para 18 mil empregados e o fechamento de 402 agências em todo o País. A estimativa do Banco do Brasil é a redução de mais de 9 mil postos de trabalho.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que é vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o BB garantiu que, durante o processo de reestruturação e de remanejamento, o funcionário poderá optar em permanecer na jornada de oito horas, sem ser obrigado a migrar para a jornada de seis horas. Os funcionários das agências que serão fechadas terão prioridade no sistema interno de recrutamento do banco, concorrência e seleção serem realocados.
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Plano de aposentadoria
Já em relação ao plano de aposentadoria incentivada que pode afetar mais de 18 mil funcionários do Banco do Brasil, a Contraf-CUT informou que a instituição financeira se comprometeu a cumprir os regulamentos do plano de previdência complementar de cada um deles. O tempo que o funcionário trabalhou no banco depois de conquistar o direito à aposentadoria será incorporado às indenizações.
Reivindicações
Na reunião entre o sindicato e a direação do BB, os representantes dos trabalhadores cobraram garantias de que os funcionários que tiverem cargos e funções cortadas sejam mantidos na mesma localidade sem cortes de salário. A reivindicação também vale para os empregados que ficarem de excedentes em cada agência.
A Contraf-CUT pediu também ao BB que a opção para a redução de jornada de seis horas esteja disponível para outros cargos de analista e de assessores, como engenheiros, arquitetos, funcionários do Fundo de pensão do Banco do Brasil (Previ) e subsidiárias como BB Previdência, BB Seguridade, Fundação Banco do Brasil e Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).
Mais transparência
Ainda segundo informações dos sindicalistas, foi pedido ao Banco do Brasil mais transparência e informações detalhadas da quantidade de cargos e pessoas envolvidas em cada unidade que será afetada pela reestruturação do banco. Segundo a Contraf-CUT, durante a reestruturação na área de logística ocorrida há menos de um ano, engenheiros foram obrigados a mudar de cidade e com a nova leva de reestruturação poderiam perder os cargos e terem de mudar de local novamente.
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