O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, se mostrou favorável ao aumento da idade para aposentadoria, em evento na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23). Ele defende uma reforma que dê fim aos regimes especiais para todas as categorias, incluindo parlamentares e militares.
LEIA: Indústria da construção tem tendência de queda e demissões somam 468 mil
“Em nenhum outro lugar do mundo as pessoas se aposentam muito jovens como no Brasil, onde algumas pessoas, muito novas, se aposentam com regimes especiais. Temos de mostrar que isso não é sustentável ao longo do tempo”, afirmou sobre a aposentadoria . “Não podemos ter medo de debate. Vamos colocar uma proposta no papel e discutir com a sociedade. Em todos os países, a Previdência é o mais uniforme possível. Como temos vários regimes especiais, precisamos de mecanismos de transição bem elaborados”, completou.
Texto depende do Congresso Nacional
Ainda é preciso que o texto de reforma na Previdência, feito pelo governo Temer, receba aprovação do Congresso Nacional. “Se explicarmos como funciona a Previdência no Brasil e em outros locais do mundo, você consegue aprovar a reforma. Nos próximos 30 anos, a projeção de pessoas idosas vai triplicar em relação à população, muito parecido ao Japão. Precisamos garantir que todas essas pessoas que vão se aposentar nos próximos 20, 30 anos tenham garantias no futuro”, disse Almeida.
LEIA MAIS: 24% dos brasileiros mudaram de emprego nos últimos seis meses, diz pesquisa
O secretário ainda falou sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que visa o estabelecimento de um novo regime fiscal, limitando a variação dos orçamentos da saúde em educação a, no máximo, o valor da inflação. Ele acredita que a separação da discussão do teto de gastos dos estados e da União é uma decisão correta.
“O relator achou melhor a estratégia de não discutir conjuntamente estados e governo federal, mas ainda não sei se o governo bateu o martelo”, disse ele. “Às vezes, quando essas propostas são separadas, fica até melhor para a sociedade entender quais são os problemas do governo central e quais são os problemas dos estados. Como o gasto com pessoal ativo e inativo é um problema muito maior nos estados do que no governo central”, afirmou.
LEIA TAMBÉM: Preços de alimentos caem e aliviam a inflação medida pelo IPC-S
Além de falar sobre novas condições para a aposentadoria, o representante do Ministério da Fazenda também mostrou otimisto no que diz respeito ao crescimento do PIB do País. Segundo ele, é possível superar as estimativas apontadas pelo governo para 2017, que são de 1,6%. "Não ficaria surpreendido se o crescimento for maior, mas vai depender de uma série de coisas, como recuperação do investimento, exportação, como o mercado de trabalho vai reagir", concluiu.