O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse na terça-feira (17) que não vai controlar a qualidade dos serviços dos planos de saúde. "Ninguém é obrigado a contratar. Não cabe ao ministério controlar isso", afirmou à reportagem. Embora não esteja preocupado com a qualidade, Barros já avisou que quer quantidade. Nos últimos dias, vem repetindo a máxima de que, "quantos mais planos, melhor." No raciocínio do ministro, engenheiro e deputado federal licenciado, quanto mais pessoas estiverem na saúde suplementar, mais recursos sobram para custear o SUS.
Para ele, o maior problema no setor de saúde suplementar é a judicialização, a onda de ações judiciais movidas por consumidores que exigem de planos a prestação de serviços que as empresas se recusam a oferecer. O problema, avalia, é reflexo da lentidão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em regulamentar o setor.
Crítica
Para a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, porém, as declarações mostram desconhecimento do setor. "O que ele não se lembra é que mesmo pessoas com planos recorrem ao SUS, sobretudo quando se tratam de procedimentos de alto custo", completa. "Os planos vendem uma assistência, oferecem outra menor e a população recorre aos SUS."
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