Com a baixa demanda por veículos no Brasil, a ociosidade das montadoras instaladas no País está em 52% da capacidade instalada, afirmou nesta quinta-feira, 5, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. Na separação por segmento, ele informou que a produção das montadoras de veículos leves (automóveis e comerciais leves) está ociosa em 50%, enquanto as fábricas de veículos pesados (caminhões e ônibus) superam o patamar de 70%.
Com o baixo nível de produção, 35,6 mil trabalhadores estão cadastrados em algum tipo de mecanismo de ajuste no emprego, dos quais 29 mil estão no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e outros 6 mil no lay-off (suspensão temporária de contratos). A soma do número de funcionários no PPE ou em lay-off está menor em relação aos quase 42 mil em janeiro. (36,5 mil no PPE e 6,3 mil em lay-off).
Megale nega, no entanto, que a redução na adesão ao PPE signifique um menor interesse das empresas em recorrer ao programa do governo para evitar demissões. "O que estamos vendo é um ajuste natural: as empresas entraram no PPE e ele não estava muito claro sobre como funcionava, mas depois de uma conversa da Anfavea com o governo o programa foi ajustado, então eu diria que as empresas ainda estão aprendendo a trabalhar com o PPE", explicou.
Mesmo com as novas quedas de produção e venda em abril, a Anfavea manteve as suas previsões para 2016, de aumento de 0,5% na produção e baixa de 7,5% na venda. O presidente da associação admitiu, no entanto, que o cenário deve exigir uma revisão para baixo, o que, segundo ele, deve ocorrer na próxima coletiva de imprensa da Anfavea, marcada para o início de junho.