Para as mulheres, ganhar cerca de 79 centavos de dólar para cada 1 dólar obtido por um homem já é frustrante o suficiente. Contudo, algumas mulheres tem ainda mais motivos para ficarem revoltadas: algumas delas chegam a ganhar mais de US$ 1 milhão a menos do que os homens ao longo de suas carreiras.
Uma pesquisa elaborada pelo National Women's Law Center (NWLC) mostra que, tendo como base a diferença salarial média entre homens e mulheres de hoje, as mulheres ganham ao longo de 40 anos de carreira US$ 430.480 a menos que os homens brancos. Entre as mulheres americanas afrodescendentes, essa diferença sobe para US$ 877.480. Já as latinas, de acordo com as estimativas, ganham US$ 1 milhão a menos do que os homens brancos.
Em alguns estados norte-americanos, essa diferença é ainda maior. Em sete deles, a diferença salarial entre homens e mulheres supera US$ 500 mil. Em Louisiana, por exemplo, essa disparidade é de US$ 671.840 entre as mulheres brancas, US$ 1,13 milhão entre as mulheres afrodescendentes, US$ 1,18 milhão entre as mulheres latinas, US$ 1,1 milhão entre as mulheres indígenas, e US$ 779.000 entres as mulheres asiáticas.
Entre os estados com a menor diferença salarial entre homens e mulheres, a Flórida se destaca. Lá, a diferença é de US$ 248.120 entre as mulhertes brancas, US$ 769.720 entre as mulheres afrodescendentes, US$ 813.720 entre as mulheres latinas e US$ 524.400 entre as mulheres asiáticas, e US$ 704.680 entre as mulheres indígenas.
"Nossa análise é baseada na suposição de que a diferença salarial é constante ao longo dos anos", disse Emily Martin, conselheira geral da NWLC, à revista Fortune. "Na verdade, o que você vê é que a diferença salarial fica maior ao longo da carreira de uma mulher". Por esse motivo, as lacunas estimadas provavelmente subestimam o impacto financeiro real.
Vários fatores explicam essa diferença de salário entre gêneros. "As mulheres estão mais presentes em empregos que oferem baixos salários", explica Kate Gallagher Robbins, diretora de pesquisa da NWLC. Por outro lado, algumas profissões que exigem miores habilidade e níveis de conhecimento avançados, como médicos e cirurgiões, apresentam diferença salarial entre homens e mulheres maior do que a média.
De acordo com Martin, o estreitamento dessa lacuna exige a adoção de ações em várias frentes ao longo do tempo, que inclui o aumento do salário mínimo, o fortalecimento de leis contra a discriminação, e a garantia de que mulheres não serão penalizadas por desempenhar seus papeis no âmbito familiar, por meio da determinação da licença maternidade remunerada e de horários de trabalho justos.