LAURO ALVES/Agência RBS/AE
"Varejistas estão oferendo parcelamento para ganhar no aumento de vendas", explica Meneghetti


Para tentar aquecer o consumo da que promete ser a mais cara dos últimos 13 anos, segundo estudi da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), muitos mercados investiram este ano no parcelamento no cartão de crédito das marcas próprias.

Das 122 redes atendidas pela administradora de cartões private label DMCard, por exemplo, 70 solicitaram permissão para o parcelamento das compras nesta época do ano. “É a primeira vez que recebemos pedidos para oferecer parcelamento de compras no cartões de marca própria apenas para um período específico”, conta Maurício Meneghetti, gerente comercial da DMCard.

A empresa está negociando parcelamentos que podem chegar a até seis vezes para pagamento de compras de produtos de Páscoa, como bacalhau, azeite de oliva, colomba pascal e chocolates, mas algumas redes optaram por disponibilizar esse recurso para todo tipo de compra durante esse período.

“A condição normal é parcelar a compra de alimentos em no máximo duas vezes, mas hoje os lojistas estão parcelando em até seis vezes, o que é muito fora do comum. Eles estão abrindo mão da receita [quanto mais longo o parcelamento, maior a taxa de retenção, cobrada pelas operadoras de cartão de débito e crédito] para oferecer parcelamento e ganhar no aumento de vendas. As projeções de venda da Páscoa já estão 3% abaixo das vendas do ano passado, e essa ainda é considerada por muitos varejistas uma projeção otimista. O varejo precisa reagir.”

A rede Barbosa Supermercados, que conta com 31 unidades na grande São Paulo e no interior, passou a oferecer o parcelamento das compras pela primeira vez na sua história no início deste mês de março.

"Resolvemos oferecer esse recurso de parcelar em até quatro vezes todas as compras feitas no estabelecimento por causa da Páscoa. Como o orçamento está curto e o cliente está sem recursos, foi uma forma que a gente achou de ajudar o consumidor", conta o diretor comercial da rede, Nelson Barbosa.

Foco na Semana Santa

A opção é válida para as compras acima de R$ 100 feitas até 29 de março. A expectativa é que o parcelamento seja adotado por vários clientes durante a Semana Santa, que é o período de maior movimentação nos mercados.

Com a previsão da do feriado de Páscoa mais caro dos últimos 13 anos, os brasileiros deverão recorrer a essa alternativa para evitar que as compras não pesem tanto no bolso, entretanto, a adoção dessa opção pode não ser recomendada para consumidores endividados.

"Temos que levar em consideração a maturidade e a educação financeira do consumidor. O parcelamento pode ser uma excelente alternativa para quem não tem esse dinheiro para pagar à vista, mas é necessário fazer as contas e analisar o orçamento para que o benefício não se torne um malefício", destaca a coordenadora acadêmica da Academia de Varejo, Patricia Cotti.

Então, atenção, consumidores interessados em parcelar as compras de Páscoa. Essa opção só poderá ser explorada até o domingo de Páscoa. Depois disso, a única maneira de obter algum “benefício” será comprando produtos em oferta.

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