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Medida aprovada na sexta-feira (11) reduz percentual cobrado por financiamentos com recursos dos fundos constitucionais

Estadão Conteúdo

Redução das taxas dos fundos constitucionais reduz  também seu patrimônio, causando impacto no resultado fiscal das contas públicas
Marcos Santos/USP Imagens
Redução das taxas dos fundos constitucionais reduz também seu patrimônio, causando impacto no resultado fiscal das contas públicas


O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Esteves Colnago, rechaçou nesta segunda-feira, 14, a avaliação de que a redução das taxas de juros das operações de financiamento feitas com recursos dos fundos constitucionais (FCO, FNE e FNO) seja uma "guinada" na direção de menor austeridade fiscal. Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, o corte nas taxas dos fundos constitucionais do Nordeste (FNE), do Centro-Oeste (FCO) e do Norte (FNO) terá impacto de R$ 267,6 milhões no resultado primário nas contas do governo em 2016. E de R$ 1,8 bilhão ao longo dos próximos anos.

A medida, aprovada na sexta-feira em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), foi anunciada nesta segunda pelo Ministério da Fazenda. O secretário-executivo defendeu a medida, ao associá-la com a necessidade de retomada do crescimento. Segundo ele, o governo precisa estabilizar a economia para garantir a volta do crescimento e, com isso, o aumento da arrecadação de tributos. "Não consigo fazer um superávit primário se a economia cai todo o dia. Preciso que ela volte a crescer para fazer o superávit", afirmou. "Estamos buscando medidas para estabilizar a economia", reforçou ele.

Na sua avaliação, mesmo no cenário atual de dificuldades fiscais, a mudança é necessária. "A medida é certa para termos mais tributos à frente", disse. "Tem mais benefícios do que malefícios", completou Colnago. O secretário-executivo adjunto enfatizou que o governo adotou e vem adotando ações muito austeras na área fiscal com contenção de despesas.

Segundo explicou o secretário, a redução das taxas dos fundos constitucionais reduz o seu patrimônio e terá sim impacto no resultado fiscal das contas públicas. O que não implicará em impacto fiscal, segundo ele, é a redução das taxas dos financiamentos dos fundos de desenvolvimento da Amazônia (FNDA), Nordeste (FNDE) e do Centro-Oeste (FDCO), medida que também foi anunciada pelo CMN.

Colnago explicou que a medida representa um "alinhamento" com a redução das taxas anunciadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) há algumas semanas. A redução só vale para novos financiamentos, mas os empreendedores que já haviam entrado com o pedido de financiamento poderão fazer um aditivo.

Crescimento

Colnago informou que a estratégia do governo para garantir o crescimento é buscar medidas que estabilizem a economia sem que haja necessidade de novos aportes de recursos por parte do governo. Entre essas medidas, ele citou a mudança das taxas de juros dos financiamentos com recursos dos fundos constitucionais anunciada hoje e aprovada na sexta-feira em reunião extraordinárias do CMN. Ele também inclui nesse rol de medidas a redução das taxas concedidas pelo BNDES em novos aportes do Tesouro Nacional.

O secretário sinalizou que outras medidas com esse mesmo espírito podem ser adotadas. Ele reconheceu que adoção de medidas de curto prazo que diminuem o resultado primário, como a adotadas hoje, representa uma "dualidade" num momento atual de piora das contas públicas, mas enfatizou que é preciso estabilizar a economia para ela "parar de cair".

"O que estamos vendo é que a economia está caindo numa velocidade considerável", avaliou para em seguida acrescentar: "Se não estabilizamos a economia não temos da onde arrecadar. Teremos retorno com aumento dos tributos, emprego e renda". A redução das taxas foi em média de 2,5 a 3 pontos porcentuais.