A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou nesta sexta-feira (24) que a volta dos tributos federais à gasolina é um descumprimento dos compromissos de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Impostos não são e nunca foram os responsáveis pela explosão de preços da gasolina que assistimos desde o golpe e no governo Bolsonaro/Guedes. Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha", afirmou Gleisi, em publicação no Twitter.
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O posicionamento da presidente do PT reforça que a base política de Lula quer que ele adie a reoneração dos combustíveis. Do outro lado, a equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), quer que os impostos voltem a ser aplicados.
No ano passado, em meio à alta dos combustíveis e ao cenário eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) zerou os impostos federais sobre os combustíveis. No início deste ano, depois de Haddad defender a volta da cobrança, Lula editou uma Medida Provisória (MP) colocando um período de transição.
Na MP, Lula estabeleceu que a gasolina ficaria com impostos zerados até o final de fevereiro, enquanto o diesel permaneceria desonerado até o final do ano. Agora, o presidente estaria estudando uma prorrogação do prazo para a gasolina.
Nesta quinta-feira (23), chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, disse que a reoneração da gasolina segue prevista para o começo de março , sem qualquer mudança até o momento. Ele acrescentou que a questão é mais de política econômica do que, de fato, de arrecadação.
Nesta sexta, Gleisi defendeu que a reoneração só deve acontecer após uma mudança na política de preços da Petrobras. "Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras. Isso será possível a partir de abril, quando o Conselho de Administração for renovado", afirmou a presidente do PT.
"Nosso desafio é equilibrar uma política de preços mais justa com a geração de caixa necessária para retomar e impulsionar os investimentos da Petrobras, fundamentais para o crescimento da economia, geração de empregos e de oportunidades. Isso também será possível a partir de abril", completou.