O mercado formal de trabalho, medido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, continuou em desaceleração em julho com a geração líquida de cerca de 220 mil postos, segundo interlocutores do governo. Nos sete primeiros meses do ano, foram criadas 1,5 milhão de vagas.
O saldo no mês de julho, decorrente do total de contrações menos demissões, é inferior ao registrado em junho e no mesmo período de 2021, quando foram criados 305.915 empregos com carteira assinada.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Entre janeiro e julho, a geração de empregos também é menor que no mesmo período de 2021, quando foram abertos 1,78 de postos de trabalho, já considerando dados ajustados. Os números estão sendo finalizados pela pasta e serão divulgados nesta segunda-feira (29).
Apesar da desaceleração, o resultado mensal do emprego formal se manteve positivo em 2022. A expectativa do governo é fechar o ano entre 2,3 milhões e 2,4 milhões. Em 2021, foram abertas 2,7 milhões de vagas com carteira assinada.
Os empregos estão sendo puxados pelo setor de serviços, um dos mais impactados pela Covid 19. Mas segundo técnicos do governo, desde junho, a indústria também vem se destacando nas contratações, num sinal de que a atividade econômica se recupera, embora lentamente.
Segundo interlocutores, os meses de agosto, setembro, outubro e novembro deverão apresentar saldo positivo de cerca de 200 mil postos de trabalho. Já dezembro, tradicionalmente negativo devido às contratações temporárias do fim de ano, deverá vir negativo entre 200 mil e 250 mil.
O governo aposta nos efeitos do Auxílio Brasil de R$ 600 para dar um estímulo ao comércio e ao setor da construção civil, nos próximos meses. O benefício, que tem piso de R$ 400 e teve o valor turbinado pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Eleitoral, que ampliou os programas sociais do governo às vésperas das eleições, começou a ser pago em agosto.
A pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também vem revelando queda no desemprego: a taxa caiu para 9,8% no trimestre encerrado em maio, mas a falta de trabalho ainda atinge 10,6 milhões de brasileiros.
Os dados do Caged são calculados a partir de informações dos empregadores sobre contratações e demissões. Já os dados do IBGE são resultado de pesquisa, que envolve trabalhadores formais e informais.