Fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP)
Divulgação/Volkswagen
Fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP)

Em meio à crise global da falta de semicondutores, a Volkswagen vai antecipar a retomada do segundo turno de produção na planta de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A partir de 2 de março, cerca de mil trabalhadores que estavam em layoff  desde novembro do ano passado devido à falta de chips para os automóveis vão voltar ao serviço. A suspensão temporária dos contratos poderia durar até abril.

O retorno do trabalho de parte dos funcionários da Volks foi negociado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e anunciado pela empresa nesta quinta-feira.

De acordo com Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato e representante dos trabalhadores na Volks, a volta do segundo turno é importante para toda a cadeia de fornecimento.

 "Para atravessar o período crítico de falta de semicondutores e outras peças em geral buscamos negociações e acordos que priorizassem a garantia do emprego, investimentos e instrumentos como o layoff, que nos ajudam a passar por situações como esta de incertezas, instabilidade econômica e política, e uma pandemia sem afetar os trabalhadores", afirmou Damasceno.

A escassez global de semicondutores, associada ao aumento de casos de coronavírus provocado pela variante Ômicron, fez despencar a produção de veículos no Brasil.

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Segundo dados apresentados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidas, em janeiro deste ano, 145,4 mil unidades — uma queda de 27,4% em relação ao mesmo mês de 2021.

Houve recuo também em comparação com os números de dezembro, quando 210,9 mil veículos foram produzidos, uma queda de 31%.

Embora historicamente janeiro seja um mês de queda na produção, os números foram considerados altos por analistas e a queda está num nível mals alto que o esperado pelas fabricantes. 

No início do mês, um integrante do conselho global da Volkswagen afirmou à revista alemã Automobilwoche, especializada no setor automotivo, não acreditar que a falta de semicondutores termine em 2022, embora deva diminuir um pouco mais no segundo semestre.

"A situação volátil nos afetará pelo menos além do primeiro semestre deste ano", disse Murat Aksel, chefe de compras do conselho da Volkswagen, em entrevista à publicação alemã.

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