O presidente Jair Bolsonaro disse que se as reformas tributária e administrativa não forem aprovadas até o fim deste ano deverão ficar para 2023. A declaração foi dada em entrevista para a TV Canção Nova. Gravado no dia 15 deste mês, o programa da emissora católica só foi exibido nesta quinta-feira, 28.
Bolsonaro indicou que não vê chance de as reformas serão aprovadas no próximo ano, quando haverá eleições. Ele citou que parlamentares não votam pautas que possam desgasta-los politicamente.
"Essas reformas têm que acontecer no primeiro ano de cada governo. Já estamos praticamente terminando o terceiro ano. Se não aprovar esse ano, ano que vem pode esquecer", disse Bolsonaro.
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O presidente afirmou que a “grande reforma” que foi feita na sua gestão foi a da Previdência, que criou novas regras para aposentadoria dos brasileiros e foi promulgada pelo Congresso em novembro de 2019.
"Essas outras, até mesmo a tributária, se não aprovar este ano fica para quem assumir em 2023", afirmou.
A reforma administrativa, que muda as regras para novos servidores públicos, foi enviada pelo governo ao Congresso em setembro do 2020. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20 foi aprovada em setembro na comissão especial na Câmara e aguarda votação no plenário.
No senado, tramita a PEC 110, que altera os impostos sobre consumo. Ainda aguarda votação na Casa o projeto de lei que altera as regras do Imposto de Renda. Aprovada em setembro na Câmara, a reforma do IR era considerado fundamental para abrir espaço para financiar o Auxílio Brasil .
Com a resistência ao texto no Senado, o governo propôs a revisão do teto de gastos, regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação, para pagar parte do programa social. A mudança foi incluída na PEC dos Precatórios, que também gera apreensão no Palácio do Planalto. A votação do texto já foi adiada duas vezes.