Na última quinta-feira (24), a Duralex,
empresa de utensílios de vidro francesa, entrou com pedido de recuperação judicial
no Tribunal Comercial de Orleães. O processo serve para tentar salvar a empresa, antes de decretar falência. A Duralex é conhecida pelos "pratos inquebráveis" e a marca é popular no Brasil.
A Duralex tem 75 anos. O CEO da empresa, Antoine Ioannidès, disse à imprensa francesa que a pandemia de Covid-19 impactou as exportações dos produtos. “Perdemos cerca de 60% do nosso faturamento com a cessação das exportações, que representam 80% do nosso negócio”, explicou.
Antes disso, a Duralex já sofria com baixo fluxo de caixa desde que precisou reduzir a produção industrial, em 2017, com a substituição de um alto-forno. A mudança gerou diversos problemas na linha de produção e na gerência da companhia.
“As dívidas da empresa no dia da abertura do processo estão congeladas. (...) Após o inventário de todos os recebíveis pelos representantes legais, a empresa poderá propor um plano de recuperação", disse a administração da Duralex em carta aos funcionários, obtida pelo jornal francês Le Monde.
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Na Duralex, há 248 empregados que, de acordo com o documento, ainda serão pagos. “Com a ajuda do Tribunal de Comércio de Orléans, continuaremos as negociações com os diversos compradores”, disse o presidente da Duralex.
História da Duralex
Criada em 1945, ao fim da Segunda Guerra Mundial, pelo grupo industrial Saint-Gobain, a Duralex inovou ao substituir as louças tradicionais pelo vidro.
O grande sucesso veio nas décadas de 1970 e 1980, com ganhos de mercado dos vidros "inquebráveis". Mais tarde, em 1997, a Duralex foi vendida a um grupo italiano que ficou como controlador até 2005.
Em 2005, o empresário turco Sinan Solmaz tomou a operação. Dois anos depois, uma das fábricas francesas fechou. Em 2008, a empresa ameaçou entrar com um processo de recuperação judicial, mas acabou vendida para a atual administração.
A Duralex tinha mais de mil funcionários, passando a ter, nessa época, cerca de 260. Até 2018, a empresa conseguiu estabilizar as operações e queriam ampliar os negócios, abrindo uma nova fábrica. Mas o plano não se confirmou e as instalações apresentaram problemas, trazendo de volta os problemas financeiros, aumentandos agora pela pandemia de Covid-19.