O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta terça-feira (25) que ainda é possível incluir estados e municípios no relatório da reforma da Previdência que tramita na comissão especial. O deputado não admitiu que a votação pode não ocorrer nesta semana, como estava previsto, mas disse que é importante tentar o apoio de governadores para tratar do assunto.
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"Estamos trabalhando para votar o mais rápido possível. Alguns governadores devem estar em Brasília entre hoje e amanhã [26]. E eu pretendo, antes que o relator leia a complementação de voto, dialogar com todos os governadores para incluí-los já na comissão. Acho que a gente precisa ter um certo cuidado, mas incluir estados e municípios é fundamental", avaliou Maia.
O presidente da Câmara também demonstrou incômodo com a possibilidade de o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, apresentar um destaque para dar aposentadoria especial a policiais . Segundo ele, a proposta poderia "desidratar" a reforma da Previdência.
Sobre a votação do relatório, Maia evitou dar prazos. "Vamos conversar. Agora, nessa reta final, um dia ou dois dias não vai fazer diferença. O ideal é votar nesta semana, no máximo na próxima terça-feira [2], mas o adiamento só vale a pena se a gente tiver clareza que tem espaço para negociar essa matéria com governadores e com prefeitos", disse.
"Ficção"
Mais cedo, durante uma audiência pública no STF (Supremo Tribunal Federal), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), defendeu que seja apresentada uma emenda que inclua os estados e os municípios na reforma , ponto que foi retirado pelo relator Samuel Moreira (PSDB) em acordo com líderes partidários. Para Caiado, se isso não acontecer, será mais difícil aprovar esse aditivo no plenário da Câmara.
"A Previdência tratando apenas da União é uma ficção, algo extremamente abstrato. A União não presta serviço algum ao cidadão e estaríamos quase diagnosticando a falência dos estados e dos municípios", afirmou o governador. "Acredito, torço e peço a Deus para que isso [reinclusão dos entes federados na reforma] aconteça. No plenário, uma emenda como esta é uma dificuldade ímpar. Na comissão, eu já tenho mais esperança."