Ministro atribuiu vazamento de conversas a um interesse em prejudicar a tramitação da reforma
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ministro atribuiu vazamento de conversas a um interesse em prejudicar a tramitação da reforma

O ministro da Economia, Paulo Guedes , atribuiu o vazamento de supostas mensagens do ministro da Justiça,Sergio Moro , a um interesse de prejudicar a tramitação da reforma da Previdência. Ele também citou a gravação da conversa do ex-presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista como tentativa de obstruir o andamento de mudanças no sistema de aposentadorias.

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"Gravaram o presidente Michel Temer, não vai ter reforma da Previdência. Pronto, acabou. Vai ser rapidinho, nos próximos cinco, seis meses, está tudo engolido. Não foi por falta de tentativa, toda hora tem uma. Uma é o Michel Temer, outra é o filho do Bolsonaro, hoje é a do Moro", disse Guedes .

A declaração foi dada durante reunião do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fora da agenda oficial do ministro. A assessoria do Ministério da Economia só divulgou a participação de Guedes no evento após mais de uma hora do início da reunião.

"Só os senhores têm capacidade de examinar o mérito. Mas não é coincidência que estoure essa bobinha toda hora, cada hora estoura uma, vendo se paralisa a marcha dos eventos", acrescentou o ministro .

As conversas entre o ex-juiz Moro e o procurador Deltan Dallagnol foram divulgadas pelo site “The Intercept” . As mensagens, segundo a publicação, sugerem que os dois teriam combinando como atuariam em algumas situações na Lava-Jato, inclusive em pontos do processo do tríplex do Guarujá, que levou à condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante sua fala, Guedes também fez uma ampla defesa do sistema de capitalização, pelo qual cada trabalhador contribui para a sua própria aposentadoria. Neste domingo, o relator da reforma na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que pode tirar a capitalização do texto se essa medida for necessária para conseguir apoio para aprovar a proposta.

"(A capitalização) é uma Previdência pública, garantida pelo governo, é o governo que qualifica e desqualifica gestores, exige que botem lá quando renderem menos que o combinado. A solidariedade está lá. (Tem) todas as vantagens do sistema atual, mas que leva recursos para o futuro. Isso acelera a taxa de crescimento, democratiza a poupança, educa financeiramente os mais desfavorecidos, aumenta a produtividade do trabalho", disse o ministro.

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Para Guedes , todos os sistemas de repartição, como o que está em vigor hoje no Brasil, vão quebrar um dia. Por isso, diz ele, o país precisa sair desse modelo: "O sistema de repartição destrói tudo hoje. Do ponto de vista técnico, como economista, não há nem discussão. Há discussão é egoísta: “se eu fizer isso o jovem não vai contribuir para mim, como vai ser o meu futuro?”.

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