Ao custo de R$ 37 milhões, governo lança campanha pela nova Previdência
"Nova Previdência. Pode perguntar" apresentará pessoas comuns sanando suas dúvidas sobre a proposta; peças serão veiculadas em jornais, rádio, TV, internet e painéis de aeroportos, rodoviárias e estações de metrô. Confira
Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) lançou nesta segunda-feira (20) a campanha publicitária pela reforma da Previdência. Com o slogan "Nova Previdência. Pode perguntar", as peças trazem pessoas comuns fazendo perguntas sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, que tramita no Congresso.
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Veiculada em jornais, emissoras de rádio e televisão, internet, mídias sociais, mídia exterior e painéis de aeroportos, rodoviárias e estações de metrô, a campanha foi formulada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e executada pela agência Artplan. Segundo a própria Secom, serão investidos um total de R$ 37 milhões nas inserções publicitárias, que já vão ao ar imediatamente, seguindo até meados de julho.
Em seu discurso, Bolsonaro fez um aceno ao Congresso Nacional, lembrando que cinco dos seus ministros são oriundos do Parlamento e que ele valoriza o Poder Legislativo, responsável pela palavra final sobre a matéria. "Nós valorizamos, sim, o Parlamento brasileiro, que vai ser quem vai dar a palavra final nessa questão da Previdência, tão rejeitada ao longo dos últimos anos. Mas, quando se tem, à sua frente, os números concretos da Previdência, muita gente muda de ideia", afirmou.
O capitão reformado também fez questão de citar os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, pelo apoio que têm dado à reforma. Dirigindo-se aos parlamentares presentes na cerimônia, Bolsonaro reforçou que está aberto a conversar, o que só não faz mais por falta de agenda. Ele disse esperar, no entanto, que não haja muitas mudanças no texto original da PEC enviado pelo governo ao Congresso em 20 de fevereiro.
"Só não recebo mais por falta de agenda, mas gostaria de continuar a conversar com o maior número possível de vocês [parlamentares] para que possíveis equívocos, possíveis melhoras, nós possamos, junto ao Parlamento brasileiro, buscar [resolver]. Se bem que, pretendemos que nossa reforma saia de lá com menor número possível de emendas aprovadas", disse.
Segundo o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, pessoas comuns, que não eram atores, participaram com perguntas do que seriam as principais dúvidas sobre a reforma da Previdência apresentada pelo governo. Na campanha, essas dúvidas são respondidas por apresentadores em estúdio.
"Toda a campanha vai ser ancorada nesse guarda-chuva da ' Nova Previdência. Pode perguntar' . A campanha exibirá transparência, confiança e credibilidade. Todas as peças publicitárias serão compostas desse selo 'essa é a verdade', para contrapor à enxurrada de fake news que o tema vem enfrentando", afirmou Wajngarten durante a cerimônia de lançamento.
A campanha também seguirá utilizando comunicadores famosos a convencer a população sobre os pontos da Nova Previdência no rádio e na TV. Será usada a mesma dinâmica das demais peças: perguntas e respostas. "A expectativa é de que, com o apoio dos comunicadores, a mensagem chegue mais facilmente aos públicos mais sensíveis à proposta e que ainda não conhecem detalhes da PEC", diz a Secom, em nota.
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Governo reitera importância da reforma para o Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que "É o primeiro governo que, antes de mandar a Proposta de Emenda Constitucional, mandou uma Medida Provisória para combater fraude [na Previdência]. Isso é inédito. Depois, mandou uma medida para atualizar a cobrança dos devedores". Ele voltou a argumentar que, sem as mudanças nas regras de aposentadoria e pensões, o Brasil corre os mesmos riscos de países como Portugal e Grécia, que enfrentaram crises ligadas aos sistemas de aposentadorias .
"O sistema de repartição brasileiro era um navio ou avião com o casco furado, que precisava ser consertado. Falha da nossa geração, que precisa ser reparada, para que o Brasil não seja como Portugal, que do dia para noite cortou 30% das pensões das viúvas. Ou, como a Grécia, que ficou esperando a mão estendida da União Europeia, e a União Europeia ficou olhando a Grécia cair no piso e a mão até agora não foi estendida. Então, a campanha que se inicia agora é a campanha em favor de todos brasileiros", defendeu o ministro, alinhado ao discurso de Paulo Guedes, também ministro, mas da Economia.
Bolsonaro disse, também nesta segunda-feira, que se a reforma da Previdência não for aprovada, em cinco anos já não haverá recursos para pagamento de servidores na ativa. O ministro-chefe da Casa Civil, por sua vez, afirmou que espera aprovação do texto no início de junho.