Em meio a dificuldades de articulação do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que enfrenta um atraso maior na tramitação das reformas estruturais previstas para o País, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entende que o Brasil crescerá menos da metade do patamar mundial neste ano.
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De acordo com a última edição do relatório de Perspectivas Econômicas da OCDE, divulgada nesta terça-feira (21), enquanto o Brasil deve crescer 1,4% em 2019, o PIB mundial deve terminar o ano com crescimento de 3,2%.
A estimativa de crescimento da economia brasileira em 1,4% é nova: em março, em um documento com previsões intermediárias, a organização havia projetado um crescimento de 1,9% apra o PIB do Brasil neste ano. A estimativa já era reduzida, uma vez que em novembro do ano passado a alta do PIB estava prevista em 2,1%.
Para 2020, a OCDE acredita que o PIB brasileiro terá alta de 2,3%, uma leve baixa considerando a projeção anterior, que era de 2,4%.
Capacidade do governo em aprovar reformas deve ditar tom no crescimento econômico brasileiro
O relatório aponta a reforma da Previdência como essencial para a recuperação e crescimento econômico do País, e destaca que é exatamente a incerteza sobre a "capacidade do atual governo de realizar reformas" que eleva o pessimismo das expectativas para o PIB.
O texto cita as desavenças dentro da própria gestão Bolsonaro como um problema para a aprovação da agenda de reformas
. "O cenário político fragmentado e, às vezes, a relação desafiadora entre os diferentes ramos do governo, está dificultando a construção de consenso político para reformas fundamentais", diz o relatório.
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A OCDE ressalta que, se essas reformas não passarem pela aprovação, o País pode entrar em recessão novamente já no ano que vem. "Se o Congresso não aprovar a ambiciosa agenda do executivo, a regra do gasto seria violada em 2020, provavelmente resultando em custos de financiamento mais altos, resultados de crescimento mais baixos e possivelmente um retorno à recessão", escreve.
Apesar disso, a organização aponta um cenário otimista caso os planos de reforma sejam cumpridos: "Se as incertezas em relação às reformas forem dissipadas, a projeção é de aceleração da demanda doméstica e diminuição do desemprego."
Crescimento global
Além da redução na projeção do PIB do Brasil, a OCDE também baixou levemente a expectativa de crescimento da economia mundial, que passou de 3,3% para 3,2%. A organização aponta o número como "fraco" e "medíocre", mas alerta que índice pode piorar no caso de um acciramento de tensões comerciais, como a guerra entre Estados Unidos e China.
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Para a OCDE, a guerra comercial entre as duas potências também é arriscada para o Brasil , já que os dos países são seus principais parceiros comerciais