POR BÁRBARA VETOS
A pauta ambiental, social e de governança (ESG) tem ganhado cada vez mais visibilidade. Empresas e gestores buscam adotar programas que estejam de acordo com os critérios ESG, gerando um impacto socioambiental positivo e sendo reconhecidos por isso. Mas será que tudo o que parece bom é, de fato, uma prática ESG?
Para muitos, o tema ainda parece muito amplo ou pouco claro. É comum que dúvidas surjam nesse contexto: programas ambientais, como reciclagem, são atividades ESG? Fornecer benefícios adicionais aos empregados pode fazer com que a empresa seja considerada pró-ESG? No entanto, o conceito não é tão simples e envolve um conjunto de estratégias para que seja realmente efetivo.
Ingrid dos Santos, CEO da Indra Energia – empresa que tem como objetivo impulsionar a transição energética –, respondeu algumas perguntas frequentes, que podem ajudar a guiar o seu negócio e esclarecer alguns mitos aos quais empresas estão sujeitas.
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Dúvidas por parte de empresas e gestores
Programas ambientais, tais como reciclagem, redução de consumo de energia, são atividades ESG?
Fato. Programas ambientais como reciclagem e redução de consumo de energia são definitivamente atividades ESG, focando especificamente no componente “ambiental” das práticas ESG. Essas iniciativas ajudam a diminuir o impacto ambiental da empresa, promovendo a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental.
Ressaltando que não devem ser trabalhadas sem a integração com outras frentes do ESG dentro da empresa.
Minha empresa fornece benefícios adicionais para os empregados, além dos obrigatórios por lei ou por acordos coletivos. Isso é ESG?
Depende. Fornecer benefícios adicionais para os empregados, além dos obrigatórios por lei ou por acordos coletivos, é uma prática que se enquadra na dimensão “social” das práticas de ESG. Essa iniciativa mostra um compromisso com o bem-estar e a satisfação dos empregados, aspectos que são essenciais para a responsabilidade social corporativa.
Apesar de os benefícios adicionais aos funcionários serem um componente importante do “S” em ESG, eles devem ser parte de um esforço mais amplo que inclua iniciativas consistentes e bem estruturadas nas áreas ambiental e de governança para que a empresa seja considerada verdadeiramente alinhada com os princípios ESG.
Tenho uma maioria de mulheres nos cargos de liderança da empresa. Isso é ESG?
Depende. Ter uma maioria de mulheres nos cargos de liderança pode ser considerado um aspecto positivo das práticas ESG, particularmente sob a vertente “social” e “governança”. A inclusão de mulheres em posições de liderança promove a diversidade e a igualdade de gênero dentro da empresa, o que está alinhado com os princípios de responsabilidade social corporativa.
Porém, simplesmente ter uma maioria de mulheres em cargos de liderança não é, por si só, suficiente para afirmar que a empresa está completamente alinhada com os princípios ESG. ESG abrange uma ampla gama de práticas e critérios que incluem, mas não se limitam a governança corporativa, impacto ambiental, relações laborais, direitos humanos, entre outras.
Adoto várias iniciativas, como apoiar projetos sociais ou distribuir cestas básicas, porém estão desarticuladas entre elas. Isso é ESG?
Fake. Essa situação descreve uma abordagem fragmentada para as práticas de ESG. Embora a adoção de várias iniciativas seja positiva, o verdadeiro impacto e a eficiência de práticas ESG dependem da integração e do alinhamento entre essas iniciativas.
Se as ações são desarticuladas, elas podem não apenas falhar em alcançar os objetivos pretendidos, mas também podem transmitir uma falta de compromisso genuíno ou uma compreensão incompleta dos princípios ESG
Divulgo relatórios ESG da minha empresa, mas compartilho apenas índices positivos. Isso é ESG?
Fake. Essa prática é conhecida como greenwashing , um termo que descreve ações de empresas que tentam parecer mais ambientalmente amigáveis ou responsáveis socialmente do que realmente são, frequentemente por meio de marketing enganoso.
No contexto de ESG, é importante que as empresas divulguem informações completas e precisas, cobrindo tanto os aspectos positivos quanto os negativos. Portanto, divulgar apenas os índices positivos e omitir as informações negativas ou menos favoráveis não é considerada uma prática de ESG verdadeira.
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